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Bolsonaro ataca Doria por passaporte vacinal em SP: 'Teu estado é o c*'

Hanrrikson de Andrade e Weudson Ribeiro

Do UOL e colaboração para o UOL, em Brasília

09/12/2021 13h18Atualizada em 10/12/2021 16h48

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou hoje o governador de São Paulo e adversário político, João Doria (PSDB), e reafirmou a sua contrariedade à exigência de passaporte da vacina contra a covid-19 para entrada no Brasil.

Sem citar nominalmente o tucano, o chefe do Executivo federal declarou que "todos têm que reagir" à sinalização de que o governador paulista, agora também pré-candidato do PSDB à Presidência da República, está disposto a contrariar determinação do governo federal em relação ao controle de acesso dos aeroportos.

"Enquanto outro governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário. E ele ameaça: ninguém vai entrar no meu estado [se não estiver vacinado]. Teu estado é o cacete, porra", disse Bolsonaro logo após mencionar o governo de Rondônia, estado em que parlamentares locais aprovaram uma lei para barrar a exigência do certificado de vacinação contra a covid-19.

"E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso. Ah, o povo é soberano... Todo poder emana do povo. Não é bem assim que a banda toca, pessoal", afirmou o presidente.

Bolsonaro também disse considerar que seria uma atitude incoerente da parte dele ser favorável ao passaporte vacinal, pois ele próprio optou por não receber a imunização contra o novo coronavírus: "Queriam que a gente impusesse aqui a obrigação do cartão vacinal. Como eu posso aceitar o aceitar o cartão vacinal se eu não tomei vacina e é um direito meu de não tomar? Como é o direito de qualquer um aqui."

O presidente ainda associou a campanha entusiástica contra as medidas de restrição adotadas durante a pandemia com a sua formação militar. Segundo ele, "um soldado dentro da trincheira não vai ganhar a guerra, vai morrer como um rato". E disse que, apesar de o país acumular mais de 600 mil mortes por covid-19, a população teria que "lutar".

"Talvez eu tenha sido um dos raros chefes de estado no mundo que foi contra essas políticas de lockdown e toque de recolher. Falaram muita coisa de mim, do ensinamento que eu tive, da minha profissão, militar... Um soldado dentro da trincheira não vai ganhar guerra, vai morrer como um rato. Vírus mata? Mata. Duvido quem não tenha parente ou amigo que morreu por causa do vírus. Mas tem que lutar, poxa."

O governante afirmou também que a possibilidade de exigência de comprovação vacinal é uma "ameaça" e que "pessoas" que defendem tal medida não estariam preocupadas com a saúde coletiva:

"Agora, hoje, uma nova ameaça aparece. Não pode sair de casa e não pode fazer isso ou aquilo quem não tiver sido vacinado. Oras bolas, essas pessoas querer passar a mensagem de que estão preocupadas com as nossas vidas, se não fosse trágico né, isso é hilariante", disse Bolsonaro. "Nós somos donos do Brasil, todos nós. Todos nós temos que remar na direção da liberdade, pô. Não podemos perder isso que nós temos. Não podemos perder isso que nós temos. Uma pessoa que perde a sua liberdade perde a sua vida."