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Na Bahia, Bolsonaro tira desastre de foco e ataca governadores

Sem máscara, Bolsonaro provoca aglomeração após sobrevoo na Bahia - Reprodução
Sem máscara, Bolsonaro provoca aglomeração após sobrevoo na Bahia Imagem: Reprodução

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

12/12/2021 16h16

O presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) tirou de foco os desastres provocados pelas fortes chuvas no sul da Bahia para voltar a atacar a atuação de governadores durante a pandemia do novo coronavírus —em especial a do governador do estado, Rui Costa (PT). O presidente concedeu entrevista coletiva em Porto Seguro (BA) neste domingo (12), após sobrevoar as áreas alagadas.

As chuvas deixaram cinco mortos, 3.700 desabrigados e afetaram diretamente a vida de quase 70 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil do Estado.

"Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores, inclusive o da Bahia, fecharam o comércio e obrigou o povo a ficar em povo. O povo, em grande parte, informais condenados a morrerem de fome dentro de casa", afirmou o presidente.

Bolsonaro afirmou também que já contatou o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, para que, em no máximo cinco dias, libere a parcela de até R$ 6,2 mil do FGTS à população afetada pela enchente no estado.

O presidente anunciou ainda uma atuação emergencial do governo federal na entrega de alimentos, água potável, cobertores e medicamentos à população das cidades afetadas e na recuperação de estradas e pontes dos municípios.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que cerca de 50 municípios já tiveram os decretos de calamidade pública reconhecidos pelo ministério e R$ 5,8 milhões já foram liberados a algumas prefeituras.

Antes de falar com a imprensa, Bolsonaro chegou a sobrevoar algumas cidades do sul da Bahia e, ao aterrissar, o presidente acabou transformando sua visita à região em um ato com apoiadores.

Acompanhado de alguns ministros, Bolsonaro desembarcou do helicóptero utilizado para o sobrevoo em um campo de futebol da cidade de Itamaraju (BA). Em seguida, o presidente percorreu a cidade em uma caminhonete por cerca de uma hora sendo ovacionado por apoiadores que o seguiam de motocicleta.

O presidente não usou máscara de proteção individual no contato com os apoiadores e no contato com os jornalistas durante a coletiva.

Ataques a Moro e Dallagnol

Em um vídeo gravado no Palácio da Alvorada, na manhã de hoje, quando ainda estava em Brasília, Bolsonaro utilizou as redes sociais para atacar o pré-candidato à presidente pelo Podemos, Sergio Moro, e o recém-filiado ao partido Deltan Dallagnol.

Na publicação, o presidente afirma que chegou a rejeitar uma audiência com o Deltan em 2019 por temer que o ex-procurador saísse do encontro "com uma história pronta" e o incriminasse com alguma mentira.

Sobre a acusação feita por Bolsonaro, o ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol afirmou que "jamais" pediu ou aceitou algum convite de reunião com Bolsonaro.

"Interlocutores do Palácio do Planalto me procuraram em 2019 para perguntar se eu aceitaria me reunir com ele (Bolsonaro), mas eu recusei do mesmo modo como recusei o convite para ir me encontrar com (Michel) Temer em 2016", afirmou.