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Tabata acusa deputado de machismo: "Me mandou ficar quietinha e pianinha"

7.out.2021 - A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), durante sessão na Câmara - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
7.out.2021 - A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), durante sessão na Câmara Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

14/12/2021 17h10

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) acusou o deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT) de "machismo" após mandá-la ficar "quietinha e pianinha" durante sessão que discute a autorização da caça esportiva de animais silvestres, realizada na tarde de hoje.

"É extremamente ofensivo que um outro parlamentar me mande ficar quietinha e pianinha. Eu, enquanto mulher, enquanto jovem, enquanto deputada federal, nesta comissão do Meio Ambiente, exijo respeito. Porque na hora que ele fala um absurdo desses, sem sequer conhecer a minha trajetória ou os meus posicionamentos, ele ofende a todas as mulheres presentes", disse Tabata.

Barbudo é o relator do Projeto de Lei 5544/20, que tem a autoria de outro colega, o deputado Nilson F. Stainsack (PP-SC).

Ao justificar o projeto, Barbudo virou-se para Tabata (que tentava debater com ele) e disse: "Eu não falei o seu nome. Fica quietinha e pianinha".

Minutos depois, Barbudo voltou a discutir com outro parlamentar, que lhe acusou de ser covarde com uma mulher. "Eu pedi desculpas. Eu pedi desculpas [à ela]. Não sou covarde, não. Pedi, pedi. Não sou covarde, não", afirmou ele.

Projeto polêmico

Atualmente, a caça de animais silvestres é proibida no Brasil, exceto para alguns bichos, como o javali, que se tornou uma espécie invasora.

Apesar da justificativa do texto se apoiar no controle de javalis, a medida abria espaço para o abate de outras espécies silvestres, de acordo com especialistas da área. O projeto usa também o "aumento da interação homem e natureza" como argumento para regularização da prática.

Além de parlamentares da oposição, algumas ONGs de defesa dos direitos animais também se pronunciaram sobre o projeto.

Depois de muita discussão e resistência, Barbudo decidiu retirar o texto de pauta.