Governador do Acre é alvo de ação da PF por suposto esquema de corrupção
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), é alvo de uma operação da PF (Polícia Federal), realizada com o auxílio da CGU (Controladoria-Geral da União), para desarticular uma suposta organização criminosa, relacionada à alta cúpula do governo estadual, por praticar corrupção e lavagem de dinheiro. A PF confirmou ao UOL que o nome do governador está entre os alvos da Operação Ptolomeu.
Em nota veiculada na agência de notícias do estado (veja a íntegra abaixo), o governo acreano declarou que "se coloca à disposição para colaborar com as investigações da Polícia Federal em relação à Operação Ptolomeu", mas não citou o nome do governador Cameli no texto.
De acordo com a PF, a investigação tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e foi apontado que um "grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, atuava no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos".
Cerca de 150 policiais federais e dez auditores da CGU estão cumprindo 41 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão em dois estados (AC e AM) e no Distrito Federal. Os alvos residem nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC), Manaus e Brasília.
Entre os alvos da operação, além de Cameli, também estão: o Secretário de Estado da Indústria, Ciência e Tecnologia; Chefe e Coordenadora de Gabinete do Governador do Estado do Acre; Representante do escritório de apoio do Governo do Acre em Brasília; e Chefe de Segurança do Governador.
O STJ determinou medidas cautelares relacionadas aos pedidos de prisão, entre elas: "o afastamento da função pública; a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados".
A Corte também exigiu o bloqueio de cerca de R$ 7 milhões nas contas bancárias dos alvos da investigação e apreensão de veículos de luxo supostamente adquiridos através da lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, a investigação conseguiu juntar diversas provas que apontam crimes contra a administração pública por parte do suposto grupo criminoso.
"Foram identificadas dezenas de transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições subfaturadas de veículos de luxo", explicou o órgão.
"Verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública. A CGU apurou que as empresas envolvidas possuem um grande volume de contratos com o poder público. O valor total empenhado para sete empresas foi de 142 milhões de reais durante o período analisado, sendo 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do FUNDEB."
O órgão ainda explicou que foi constatado que cerca de R$ 800 milhões foram movimentados pelos suspeitos, valor que não corresponde ao patrimônio e atividade empresarial praticada pelos investigados.
O que diz o governo
Em nota, o governo declarou que se coloca à disposição da PF para ajudar nas apurações.
O governo do Estado do Acre se coloca à disposição para colaborar com as investigações da Polícia Federal em relação à Operação Ptolomeu. Na realidade, incentiva essa e todas as ações de combate à corrupção. Prova disso é que foi criada pelo governo do Estado a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção. É a nossa obrigação colaborar com a missão dos agentes públicos em todas as investigações da Polícia Federal, que visam salvaguardar o bom uso de recursos públicos.
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