PF investiga Ciro e Cid Gomes por suposta corrupção em obras do Castelão
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje a Operação Colosseum para investigar um suposto esquema de fraude e pagamento de propina durante obras do estádio Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013. O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e seus irmãos, o senador Cid Gomes (PDT) e Lúcio Gomes, são alvos da operação.
Segundo a PF, a operação apura "fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras no estádio Castelão". Na época dos fatos investigados, Cid Gomes era o governador do Ceará.
Nas redes sociais, Ciro afirmou que a PF "subordinada a Bolsonaro" tenta danificar sua pré-candidatura à Presidência em 2022.
A investigação, que começou em 2017, indica o pagamento de R$ 11 milhões em propinas para que uma determinada empresa ganhasse o processo licitatório da Arena Castelão e, posteriormente, recebesse valores devidos pelo governo do Ceará.
A propina foi paga diretamente em dinheiro ou disfarçada de doação eleitoral, com emissão de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas, segundo a investigação.
A PF também investiga o envolvimento de outros agentes políticos e servidores públicos. Na manhã de hoje, 80 policiais cumprem 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza (CE), Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA).
Serão apreendidas mídias digitais, aparelhos celulares e documentos. Os mandados foram expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva. O nome da operação remete em italiano ao estádio Coliseu, localizado em Roma, na Itália.
Ciro nega participação em esquema
Nas redes sociais, o presidenciável Ciro Gomes negou participação num esquema de propinas da Arena Castelão e disse que a ordem judicial é "abusiva". Segundo ele, a operação tenta "criar danos" à sua pré-candidatura à Presidência.
"Não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade", escreveu.
Ciro também disse que processará aqueles que tentam lhe atacar. "Sou um homem do embate, essa história não ficará assim".
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