Randolfe vai ao STF contra Bolsonaro após fala sobre Iphan e obra de Hang
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou hoje (16) com uma notícia-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por prevaricação e advocacia administrativa.
Ontem (15), em um evento da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), o presidente disse que mandou "ripar" servidores do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) após ser informado que o órgão parou uma obra do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.
"Tomei conhecimento que uma obra de uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja, e apareceu um pedaço de azulejo nas escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta e (perguntei) que trem é esse? O que é Iphan? Explicaram para mim, tomei conhecimento e ripei todo mundo do Iphan", disse Bolsonaro.
Na notícia-crime contra Bolsonaro, Randolfe afirma que a fala é uma "demonstração patrimonialista do Presidente, que parece não ver qualquer diferença entre seus interesses pessoais —beneficiar seus amigos empresários— e o interesse público dos brasileiros".
Randolfe Rodrigues também diz no pedido que o cometimento do crime de prevaricação teria se tornado "um hobby" do presidente.
"Há uma série de irregularidades aparentes no bojo desse cenário da troca no comando do Iphan, praticadas sobretudo pelo mandatário máximo da República, que não pode ficar impune. Aliás, parece que é justamente por estar quase certo dessa impunidade, que o Presidente alardeia a prática de atos irregulares", diz o senador.
Na ação, o senador também cita a reunião ministerial ocorrida em abril de 2020 que foi filmada e divulgada pelos veículos de imprensa. Na ocasião, o presidente havia criticado a atuação do Iphan, dizendo que o órgão "para qualquer obra no Brasil".
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