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Deputado bolsonarista tenta barrar verba ao Museu da Diversidade na Justiça

O deputado Gil Diniz (PSL) fala durante sessão na Assembléia Legislativa de São Paulo - Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress
O deputado Gil Diniz (PSL) fala durante sessão na Assembléia Legislativa de São Paulo Imagem: Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress

Do UOL, em São Pulo

21/12/2021 21h18

O deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP), tido como aliado político do presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou hoje que entrou com uma ação popular na Justiça para barrar a transferência de verba para a expansão do Museu da Diversidade Sexual, dedicado à comunidade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexuais e assexuais), na região central de São Paulo.

O valor da verba seria de R$ 40 milhões, mas, diferentemente do que sugere o parlamentar bolsonarista, a quantia seria investida na expansão desse espaço e de outros dois museus, o das Favelas e o das Culturas Indígenas, de acordo com o secretário de Cultura do governo de São Paulo, Sérgio Sá Leitão.

40 milhões [de reais] do povo paulista para bancar a ampliação do Museu da Diversidade Sexual, que foi criado em 2012 pelo tucano Geraldo Alckmin! Entrei com uma ação popular na Justiça impedindo a transferência desses 40 milhões e um projeto acabando definitivamente com o museu! Gil Diniz, em seu perfil nas redes sociais

Além da ação popular, Diniz apresentou ainda um projeto legislativo que, caso seja aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), pode provocar até mesmo a extinção do espaço cultural. Em seu texto de apresentação, o deputado argumenta a racionalização de recursos em época de pandemia da covid-19.

"Neste contexto tenebroso, que tornou premente a concessão de benefícios assistenciais por parte do governo a pessoas vulneráveis, multiplicadas em número e gravidade da situação financeira graças às medidas de lockdown determinadas por prefeitos e governadores, o dispêndio de recursos públicos, um único real que seja, mais do que nunca tem de ser racionado e racionalizado", justifica.

Racionar o dinheiro público significa o Estado economizar, gastar menos com o supérfluo e dispensável para que sobre mais para o essencial e indispensável. Gil Diniz

Em reunião do secretariado do governo de João Doria (PSDB), realizada ontem, Sérgio Sá Leitão pediu apoio a deputados estaduais para evitar o fechamento do espaço.

"Fiz um apelo aos deputados e deputadas responsáveis e democratas da Alesp que não deixem essa aberração prosperar. São Paulo é e deve continuar sendo um estado que respeita e fortalece a diversidade, a cidadania e a inclusão", afirmou ele, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo".