Kennedy: Bolsonaro dá tiro no pé ao atrasar compra de vacinas para crianças

O colunista do UOL Kennedy Alencar avaliou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "dá um tiro no próprio pé" ao atrasar a compra de vacinas para a imunização de crianças de 5 a 11 anos, após a autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) na semana passada.

Durante participação no UOL News de hoje, Alencar repercutiu o vídeo em que o chefe do Executivo Federal apareceu dançando ao som de funk no litoral de São Paulo e pontuou que, em vez de se preocupar com o bem-estar das crianças brasileiras, o mandatário preferiu curtir ao som de "um funk com uma letra preconceituosa".

Para o colunista, esse "é o comportamento de um desqualificado" e não algo "digno de um presidente da República". Ainda, ele fez um paralelo entre a postura do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o brasileiro que, enquanto o primeiro é a favor da vacinação das crianças, o segundo mostra-se contrário à medida e cria empecilhos por meio do ministério da Saúde e do ministro Marcelo Queiroga, que fará uma audiência pública para deliberar sobre o assunto em janeiro de 2022.

"Biden está preocupado com a vacinação das crianças, Bolsonaro não, prefere dançar", iniciou para, em seguida, lembrar que as pesquisas mostram a alta da rejeição ao governo de Jair Bolsonaro, e a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Como as pesquisas mostram, a reeleição do Bolsonaro subiu no telhado, é um governo impopular, ele é o pior presidente da história do país na avaliação da população. Ele já deveria estar vacinando as crianças, é um assassino de crianças brasileiras, porque já morreram quase mil crianças por covid [no país]. O Bolsonaro e o Queiroga são responsáveis pelas mortes de mais crianças no Brasil", declarou.

Por fim, Kennedy Alencar disse que Jair Bolsonaro "é uma figura perversa, preconceituosa, defende torturador, despreparado para governar o país, mas, infelizmente, ele está no poder". Ele continuou dizendo que, "quando a gente ver o Biden falar, a gente ver um presidente, mas a gente não tem um presidente, tem um genocida, um assassino", completou.

Bolsonaro dança ao som de funk machista

Ontem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou nas redes sociais um vídeo que o presidente Jair Bolsonaro surge dançando um funk cuja letra machista compara mulheres esquerdistas a cadelas.

No vídeo, o presidente aparece em uma lancha cercado por outras pessoas, ri e faz gestos com a mão enquanto, ao fundo, toca o "Proibidão do Bolsonaro", de MC Reaça, que criou a música adaptando o beat de um outro funk: "Baile de Favela", de MC João, que, conforme o UOL mostrou, não autorizou o uso por parte do Reaça.

Tales Alves Fernandes, conhecido como MC Reaça ou Tales Volpi, assumiu publicamente a admiração pela família de Bolsonaro. Os elogios ao presidente eram constantes nas músicas produzidas pelo jovem que morreu aos 25 anos, em 2019.