Deputados bolsonaristas tentam manobra para impedir vacinação infantil
Um grupo de deputados federais leais ao presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta, por meio de decreto legislativo, anular autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e impedir a vacinação contra a covid de crianças de 5 a 11 anos no país.
De acordo com os trâmites da Casa, a proposta ainda seria analisada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pode ou não dar seguimento ao pedido. A análise e a deliberação, no entanto, só ocorreriam na volta do recesso, em fevereiro.
A entrega dos imunizantes próprios à aplicação em crianças e adolescentes deve ocorrer em janeiro, isto é, cerca um mês antes do retorno do recesso. A previsão é que a vacinação da faixa etária de 5 a 11 anos também comece no mês que vem, segundo o Ministério da Saúde.
O projeto de decreto legislativo apresentado pelos parlamentares bolsonaristas sugere "sustar" (suspender) a resolução da Anvisa, datada de 16 de dezembro de 2021, que autorizou a utilização da vacina da Pfizer para inclusão do grupo populacional de 5 a 11 anos no PNI (Programa Nacional de Imunizações).
A medida representa, portanto, o aval da entidade regulatória à vacinação de crianças e adolescentes, fato que é contestado publicamente pelo presidente Bolsonaro e seus seguidores.
Assinam a proposta as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Chris Tonietto (PSL-RJ) e os deputados Diego Garcia (Podemos-PR), General Girão (PSL-RN), Junio Amaral (PSL-MG) e Dr. Luiz Ovando (PSL-MS).
Na justificação, os congressistas afirmam que "crianças e adolescentes apresentam menos sintomas de infecção e são menos propensos, quando comparadas aos adultos, a chegar em um estado grave de covid-19". Dizem ainda, com base em links de internet, que "é possível encontrar publicamente notícias recentes que demonstram a preocupação da Organização Mundial da Saúde sobre a vacinação em crianças".
Hoje Bolsonaro voltou a desacreditar a vacinação infantil contra a covid-19. Em viagem a São Francisco do Sul (SC), onde deve passar o fim do ano, Bolsonaro disse que não vai vacinar a filha Laura, de 11 anos. "Minha filha não vai ser vacinada... Deixar bem claro. Ela tem 11 anos de idade", falou o presidente.
A decisão vai na contramão do que recomenda a ciência. Na sexta-feira (23), cerca de 80 especialistas em saúde elaboraram um documento em defesa da vacina contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.
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