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Ex-ministro da Saúde, Teich faz vídeo defendendo vacina da covid a crianças

O ex-ministro Nelson Teich em depoimento à CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O ex-ministro Nelson Teich em depoimento à CPI da Covid Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

27/12/2021 17h23

Nelson Teich, que foi ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL) em 2020, publicou um vídeo hoje afirmando que "o certo" é vacinar crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19. A vacinação desse público com o imunizante da Pfizer já teve aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo só deve ter uma definição sobre o assunto no dia 5 de janeiro.

No post, Teich afirma que tem percebido "uma polêmica enorme" sobre a vacina. "Como sempre a gente acaba tendo uma politização [do tema], e isso é muito ruim para a sociedade e para as crianças", declarou.

O ex-ministro apresentou dados a respeito da imunização e sobre a possível ocorrência de miocardite (um tipo de inflamação cardíaca) por causa da vacina. "Não vacinar não protege da miocardite. Ao contrário: o risco de ter miocardite pela covid é pelo menos sete vezes maior do que de ter miocardite pela vacina", disse Teich.

Veja o vídeo completo:

Teich foi ministro da Saúde do governo Bolsonaro entre abril e maio de 2020, após a saída de Luiz Henrique Mandetta. Ele deixou o cargo depois de discordar de posições do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia. Bolsonaro defendia, por exemplo, o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da covid-19.

Bolsonaro diz que não vai vacinar a filha

Mesmo com o aval da Anvisa, o Executivo decidiu abrir uma consulta pública sobre a vacinação infantil. Qualquer pessoa pode enviar "contribuições" sobre o tema até o dia 2 de janeiro de 2022, sendo ou não especialista no assunto. O ministro Marcelo Queiroga já afirmou que a vacinação precisará de prescrição médica, mas secretários de Saúde se manifestaram contra a ideia.

Na sexta-feira (24), o próprio presidente se manifestou sobre o assunto, dizendo que "não está havendo morte de crianças que justifique algo emergencial" em relação à vacina. No mesmo dia, o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde mostrava que pelo menos 1.148 crianças de 0 a 9 anos morreram de covid no país desde o início da crise. Hoje, o presidente disse que não vai vacinar a filha, que tem 11 anos.

Em nota técnica enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirma que a vacina da covid é segura para crianças.

"Antes de recomendar a vacinação [contra a] covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada", afirmou a secretária. "As vacinas [contra a] covid-19 estão sendo monitoradas quanto à segurança com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil", disse.