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Kennedy: governo brinca com vida das crianças ao atrasar vacinação

Do UOL

04/01/2022 18h50

A promoção de uma consulta pública sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19 é, na análise do jornalista e colunista Kennedy Alencar, mais uma "produção de provas" do governo de Jair Bolsonaro (PL) contra si mesmo.

"O governo brinca com a vida das crianças, porque já está atrasado [para começar a vacinação delas, em comparação a outros países]", falou Kennedy ao UOL News. "Tem que proteger o conjunto da população. Bolsonaro confunde isso com liberdade individual", argumentou.

A pesquisa, que apontou que a maioria da população brasileira é a favor da vacinação infantil sem prescrição médica, foi promovida pelo Ministério da Saúde, liderado por Marcelo Queiroga.

O sinistro da saúde -- Marcelo Queiroga não é ministro -- montou uma farsa para agradar o presidente. O que ele fez é totalmente desnecessário. A gente viu hoje as provas do crime que eles, Bolsonaro e o sinistro da saúde, cometem contra as crianças".
Kennedy Alencar

Apontando que as crianças não são propriedades dos pais, Kennedy afirmou que "os filhos têm direitos que merecem ser protegidos".

Bia Kicis

A deputada e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Bia Kicis (PSL-DF) também foi alvo de críticas do colunista, já que ela indicou pessoalmente os três médicos que falaram em nome do colegiado na audiência pública organizada pelo Ministério da Saúde para discutir a vacinação em crianças.

Em suas manifestações, todos os médicos fizeram comentários contrários ao imunizante. "Essa mensagem desinforma, lança dúvidas sobre a vacina e mente para os pais. Não se trata de uma polêmica ou visão defensável. Ela (Bia Kicis) está mentindo para a população, é negacionista: ela está errada e a ciência está certa", afirmou Kennedy.

Terceira dose

Ontem, a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos) dos Estados Unidos autorizou a aplicação de uma terceira dose da vacina contra a covid-19 da Pfizer em crianças de 12 a 15 anos, além de reduzir para todas as faixas etárias o intervalo do reforço de 6 para 5 meses após o esquema inicial de imunização.

A agência também autorizou uma terceira dose em crianças de 5 a 11 anos imunocomprometidas.