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Discursos de Moro e Bolsonaro têm descompasso com população, diz professor

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/01/2022 19h56

O professor e cientista político Creomar de Souza disse, em entrevista ao UOL News, que a pesquisa eleitoral da Ipespe, divulgada hoje, não traz boas notícias para os pré-candidatos eleitorais, à exceção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação de Souza, o cenário apresentado pela pesquisa encomendada pela XP Investimentos indica que a "remada" do presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) para alcançar Lula é "muito grande", No levantamento feito pela Ipespe, o petista aparece na liderança do primeiro turno da disputa eleitoral para a presidência em 2022, com 44% das intenções de votos.

"Para o Lula, a grande boa notícia é que nada mudou até aqui. Há a tendência de consolidação de uma vantagem e de rejeição muito alta dos seus principais concorrentes. O cenário que parece se conformando para que a gente tenha a eleição entre Lula contra Bolsonaro", afirmou o professor.

"Fazendo uma reflexão sobre por que o cenário não muda, creio que candidatos como o Moro e o próprio presidente Bolsonaro têm falado em descompasso com o que as pessoas querem ouvir", acrescentou.

Segundo o especialista, grande parte da população brasileira está preocupada com questões econômicas, sociais e de saúde — pauta que não são refletidas, até o momento, nas falas de Bolsonaro e Moro.

Bolsonaro insiste, de um lado, em uma guerra cultural. Moro, de outro lado, tenta requentar um discurso que foi muito eficaz em 2018, mas que nesse exato momento não é, a não ser que algo mude de maneira muito drástica. A tendência é que o discurso anticorrupção vá para a periferia do debate eleitoral." Professor e cientista político Creomar de Souza

Bolsonaro 24%; Moro e Ciro empatados

Com Lula na liderança, com 44% das intenções de votos, a pesquisa Ipespe indicou que o petista aparece com uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Bolsonaro, com 24%, mesmos índices do levantamento realizado em dezembro.

Na sequência, aparecem o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%, e o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 7%. Como a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais, os dois estão tecnicamente empatados.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 2%; a senadora Simone Tebet (MDB), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e Luiz Felipe D´Ávila (Novo) têm 1% cada. Brancos e nulos somam 6%, e não sabem ou não responderam 7%.