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Com Rede dividida sobre Lula, vice-presidente do PT pede aliança com Marina

Marina Silva rompeu laços com o PT depois de considerar ter sido alvo de ataques na eleição de 2018 - Montagem UOL
Marina Silva rompeu laços com o PT depois de considerar ter sido alvo de ataques na eleição de 2018 Imagem: Montagem UOL

Colaboração para o UOL, em Brasília

30/01/2022 13h47Atualizada em 30/01/2022 18h39

Diante de possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), uma reaproximação do PT com a ex-aliada política Marina Silva (Rede Sustentabilidade) é fundamental para alavancar as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a governar o país.

A avaliação é do vice-presidente nacional do PT, o deputado federal José Guimarães (CE).

"Lula quer se recompor com todas as lideranças democráticas do país. O PT tem que ter muita maturidade neste momento", afirmou o congressista, em entrevista ao site Metrópoles. "Preserva-se com Marina uma relação de respeito e necessidade... Essa eleição não é trivial."

A declaração ocorre num momento em que a Rede enfrenta impasse interno em relação a qual candidato apoiar no pleito presidencial deste ano.

Sob resistência de Marina, uma ala da sigla defende apoiar Lula ainda no primeiro turno. Outra parte, que inclui a própria ex-senadora, discute o apoio a Ciro Gomes (PDT).

Há ainda debate para que Marina seja candidata a vice ao lado do pedetista, hipótese rechaçada por parcela do partido, que aposta num segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

Internamente, a Rede discute liberar o voto, tanto em Ciro como em Lula.

PSB: impasse e possibilidade de federação

A aliados, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, tem demonstrado impaciência nas negociações sobre com a formação de uma federação partidária com o PT em 2022.

Na avaliação do vice-presidente nacional do PT, as chances de um acordo são altas. "Defendo a constituição da federação", disse, em entrevista ao Metrópoles. "As chances são boas. Esse é um esforço que o PT vai fazer. Estamos apoiando vários candidatos do PSB."

Apesar de as conversas estarem em curso, a avaliação de pessoas próximas a Siqueira é que ele deve desistir de levar adiante as tratativas pela composição se o PT não fizer as concessões que ele deseja. Isso porque, segundo apurou o UOL, o PSB já havia cedido antes, ao desistir de lançar o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa como candidato à Presidência neste ano, a fim de apoiar Lula.

Para fechar a federação, o PSB quer que o PT apoie seus candidatos em ao menos seis Estados:

  • São Paulo;
  • Pernambuco;
  • Rio Grande do Sul;
  • Espírito Santo;
  • Rio de Janeiro; e
  • Acre.

O Estado mais problemático é São Paulo, onde o PT insiste na candidatura de Fernando Haddad.

O PSB, por sua vez, só deve retirar a candidatura de Márcio França (que concorrerá com Haddad se não houver acordo com o PT) se o ex-governador Geraldo Alckmin resolver se filiar à sigla para concorrer ao governo do Estado. Alckmin visa à vaga de vice de Lula.

No Rio, o ex-presidente petista deve apoiar o nome do deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ). Com relação aos outros Estados, os partidos discutem adotar o critério de quem estará melhor colocado nas pesquisas políticas.

O PT e do PSB encaminharam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedido de ampliação de prazo para que possam fechar eventual federação. A corte definiu que os partidos devem apresentar até 1º de março solicitações para formarem as federações.

O prazo é considerado exíguo pelas siglas, que devem se reunir nesta quarta-feira (2) para tentar definir um direcionamento acerca da aliança.