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Sem citar Moro, Bolsonaro expõe mágoa com 'gente que esteve ao seu lado'

Sergio Moro (Podemos) e Jair Bolsonaro (PL)  - Pedro Ladeira/Folhapress
Sergio Moro (Podemos) e Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

01/02/2022 11h52

Em conversa com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) expôs novamente hoje a sua mágoa com ex-aliados que desembarcaram do governo nos últimos anos e que passaram a fazer oposição.

O caso mais emblemático é o do ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), pré-candidato à Presidência da República —e provável adversário de Bolsonaro na eleição deste ano. Não houve, no entanto, menção nominal ao ex-juiz da Operação Lava Jato.

"Para dividir é fácil. Destruir você é fácil. Duro é ajudar. Uma palavra destrói a pessoa, destrói reputação, acusações falsas. Gente que esteve do meu lado. Vários meses e, de repente... Muda, muda o disco", afirmou o presidente.

Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça em abril de 2020, após uma série de desentendimentos com Bolsonaro. Na versão do ex-magistrado, o chefe do Executivo federal tentou interferir no comando da Polícia Federal, algo que Moro não teria aceitado. O presidente nega ter feito isso.

Depois de meses trabalhando na iniciativa privada, Moro decidiu entrar de cabeça na política e se filiou ao Podemos, partido pelo qual deve confirmar a sua candidatura ao comando do Palácio do Planalto. As pesquisas, no entanto, mostram (até o momento) ele deverá enfrentar dificuldades para se opor ao ambiente de polarização política, personificado no duelo entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.