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Caciques do PSDB se reúnem para debater alternativas à candidatura de Doria

29.nov.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
29.nov.2021 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral e Carla Araújo

Do UOL, em Brasília

08/02/2022 18h30Atualizada em 08/02/2022 18h30

Caciques do PSDB vão se reunir hoje à noite, em Brasília, para debater alternativas à pré-candidatura do governador de São Paulo, João Doria, à Presidência da República.

Ala do partido está insatisfeita com a situação de Doria nas pesquisas eleitorais até o momento —ele tem aparecido com cerca de 4% das intenções de voto e ainda não decolou conforme esperava parte dos tucanos ao elegê-lo nas prévias do partido, em novembro do ano passado. Na época, Doria derrotou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.

A previsão é que a reunião aconteça na casa de Pimenta da Veiga, um dos fundadores do PSDB, e conte com a presença de Eduardo Leite, do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), do senador licenciado Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do ex-senador José Aníbal (PSDB-SP).

Aécio tende a defender que o PSDB não tenha candidatura própria à Presidência da República para que o partido direcione os recursos aos demais correligionários que serão candidatos nas eleições de outubro, segundo relato à reportagem.

Já Tasso e Aníbal tendem a apoiar a pré-candidata à Presidência pelo MDB, senadora Simone Tebet (MS).

Uma chapa Doria e Tebet foi ventilada por parte de políticos. Mas as negociações para uma federação entre PSDB e MDB, conforme anunciadas, não devem prosperar por divergências internas e eleitorais regionais. Doria também já está conversando com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) para que ela seja sua eventual vice.

De toda forma, parte dos caciques tucanos discute como prosseguir se Doria não decolar de vez e as possíveis alternativas. Hoje, nem mesmo Leite sabe se será candidato à Presidência. No caso, ele estuda a eventual ida para o PSD, de Gilberto Kassab, que já tem um pré-candidato ao Planalto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) —embora esteja pior que Doria nas pesquisas.

Ao UOL, um convidado para a reunião confirmou o teor do encontro, mas disse não haver uma "conspiração" contra Doria. Ainda assim, uma possibilidade que não está descartada é estabelecer um prazo-limite, de abril ou maio, para Doria melhorar nas pesquisas de intenção de voto.

Um aliado de Doria chamou os tucanos que ainda apoiam Leite ou outra alternativa de "recalcados perdedores querendo chamar atenção". E acrescentou ser de "-1.000" a probabilidade de Doria abrir mão da pré-candidatura.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Adolfo Viana (BA), apoiou Leite nas prévias do partido, mas disse acreditar que essa discussão é "prematura" e que não faz sentido "cobrar resultado em pesquisa de qualquer candidato já em fevereiro, quando o eleitor ainda não está pensando em eleições e quando as conversas entre os partidos estão apenas iniciando".

"Entre esses nomes que estão sendo discutidos certamente está o do governador Doria, que disputou e venceu as prévias do PSDB. Eu mesmo, que estive ao lado do governador Leite na disputa, acho que todos devemos trabalhar para que o escolhido se viabilize como alternativa à polarização que ainda prevalece nas pesquisas", afirmou.