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'Qual político não quer dinheiro?', diz Bolsonaro sobre 'briga' por verbas

Do UOL, em São Paulo

10/02/2022 19h35Atualizada em 10/02/2022 21h24

Em um evento sobre o anúncio de descontos para beneficiários com dívidas com o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que se um deputado não quer dinheiro "está errado".

Declaração aconteceu enquanto Bolsonaro comentava sobre pedidos de recursos realizados por parlamentares ao governo federal, o que segundo ele, gera uma 'briga com Paulo Guedes', ministro da Economia.

"Estamos aqui, mesmo com dois anos de pandemia, tendo bons resultados na economia. Logicamente todo mundo briga com Paulo Guedes, todo mundo quer dinheiro. É natural. Qual político não quer dinheiro? Se deputado aqui não quiser dinheiro, está errado", disse.

'Casal perfeito' com Paulo Guedes

Depois de reiterar que a "economia vai muito bem" no Brasil, o presidente afirmou que entende "tanto de economia quanto o Paulo Guedes entende de política".

Bolsonaro considerou que o seu conhecimento de economia o torna o "casal perfeito" com Guedes.

"Então nós somos um casal perfeito", declarou Bolsonaro, após falar que não iria se estender em tópicos de economia, já que o ministro estava presente no evento.

Clima eleitoral

No discurso, Bolsonaro falou sobre a inauguração da transposição do Rio São Francisco, motivo oficial pelo qual passou dois dias no Nordeste nessa semana. Sem dizer nomes, mas em referência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente falou que outro governo "pretendia entregar essa obra até 2010", mas falhou.

As viagens pelo Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte têm sido encaradas como parte de uma estratégia que tem se intensificado nos últimos meses: associar à imagem do atual chefe do Executivo federal, de forma isolada, os méritos por projetos iniciados em gestões anteriores, do PT, sobretudo a do ex-presidente Lula (provável adversário na eleição deste ano).

Paralelamente, Bolsonaro tem como meta tentar reduzir rejeição entre os eleitores nordestinos e atrair principalmente os mais pobres, que compõem um reduto eleitoral histórico do Partido dos Trabalhadores. Em uma live realizada em 3 de fevereiro pelas redes sociais, o presidente usou o termo "pau de arara" (de cunho racista) para se referir a assessores nascidos em estados do Nordeste.