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Mourão sinaliza que disputará Senado pelo RS: 'Só uma questão de partido'

26.mai.2021 - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) em coletiva após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
26.mai.2021 - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) em coletiva após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL*, em São Paulo

11/02/2022 10h34Atualizada em 11/02/2022 11h36

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) sinalizou hoje que deve se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Mais cedo, ele confirmou que não disputará a vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em outubro.

Na chegada ao seu gabinete nesta manhã, Mourão foi questionado sobre uma entrevista do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao jornal O Globo, na qual o filho do presidente declarou que o vice-presidente disputaria uma vaga no Senado. Mourão confirmou que já tem uma decisão sobre o assunto, mas ainda precisa definir um partido para anunciá-la oficialmente.

"O senador Flávio andou falando aí [que sou candidato ao Senado]", disse Mourão, acrescentando que sua decisão "será comunicada brevemente". "Agora é só uma questão de partido", completou.

Usando uma máscara com a bandeira do Rio Grande do Sul, o vice-presidente também confirmou que o símbolo indica o seu futuro domicílio eleitoral. Mourão já recebeu convites de filiação do PP e do Republicanos.

A composição com o candidato a governador também está em aberto, segundo o general. "Tem dois pré-candidatos do nosso campo. Onyx (Lorenzoni) e (Luiz Carlos) Heinze. Vamos aguardar para ver o que vai sair disso aí", declarou. O ministro do Trabalho e Previdência, de malas prontas para o PL, e o senador filiado ao PP disputam o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a pré-candidatura.

Nem Onyx nem Heinze mostraram disposição de desistir da candidatura ao governo do estado até agora, mas o ministro de Bolsonaro, no momento, aparece nos primeiros lugares nas pesquisas, enquanto Heinze pontua com apenas 1% ou 2%.

Já para o Senado, o cenário ainda é nebuloso, com candidaturas indefinidas até agora. Mourão aparece em segundo, terceiro ou quarto lugar, a depender do cenário. Ainda não há definição, por exemplo, se o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) irá de fato se candidatar ao Senado, já que o seu partido o pressiona para tentar novamente o governo do estado.

Manuela D'Ávila (PCdoB) também não definiu se será candidata —a decisão depende não só da sua posição pessoal, mas do acerto entre PT, PCdoB e PSB sobre a formação de uma federação ou ao menos uma coligação para disputa do governo estadual. Se for candidata, Manuela aparece em primeiro na única pesquisa que a colocou como postulante ao Senado.

Se realmente se candidatar, Mourão não precisará deixar a Vice-Presidência da República, mas não poderá assumir a Presidência temporariamente no lugar de Jair Bolsonaro durante os seis meses antes do pleito. Escolhido de última hora na campanha de 2018 para ser companheiro de chapa de Bolsonaro, Mourão acabou se afastando do presidente durante o mandato. Bolsonaro deixou claro, já há bastante tempo, que não o teria como vice em uma tentativa de reeleição.

Bolsonaro procura vice

Depois da filiação ao PL no fim do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro se debruça sobre a escolha de um candidato a vice-presidente. Com potencial para desagradar às agremiações aliadas, o presidente chamou para si o poder de decisão no caso e quer dar a palavra final. Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a falar em reeditar a presença de um general de quatro estrelas para compor a chapa.

Durante o período de festas de fim de ano, o presidente abordou mais de uma vez o processo de escolha do vice, e, no início de janeiro, deu sinais de que as articulações devem ser aceleradas para o anúncio de sua candidatura. Mas foi cauteloso: "Se você anuncia um vice muito cedo, de tal partido, os outros ficam chateados contigo".

O mais provável é que Bolsonaro sugira a uma das siglas do Centrão a filiação de alguém de sua confiança, segundo um líder do governo. Seria um nome novo no partido, em vez de pinçar um dos quadros já filiados à legenda.

A aliança já está esboçada, com PL, PP, Republicanos e PTB. A aposta de integrantes do governo é que o PP, o maior dos quatro, fique com a posição de vice, pelo peso do partido em termos de estrutura nacional, tempo de exposição em rádio e TV e verbas dos fundos eleitoral e partidário.

(*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters)