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Fachin diz que guerra cibernética contra Justiça Eleitoral 'foi declarada'

O novo presidente do TSE, Edson Fachin - Nelson Jr./SCO/STF
O novo presidente do TSE, Edson Fachin Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Colaboração para o UOL, em Maceió

17/02/2022 17h07

O novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, afirmou que a guerra cibernética contra a Justiça Eleitoral "já foi declarada", mas ressaltou que as instituições agirão para defender a democracia no país e resguardar a credibilidade das eleições.

Em entrevista à Veja, Fachin destacou que as milícias digitais que atuam nas redes sociais ameaçam não apenas o processo eleitoral brasileiro, mas a democracia como um todo, com riscos constantes de ataques ao TSE. Ele citou a Rússia como um "exemplo dessas procedências", pela relutância em "sancionar os cibercriminosos", o que ele considera ser algo "grave".

"Para além das mentiras, essas milícias disseminam ódio, intolerância e rancor, separando as pessoas e dificultando as possibilidades de consenso. Devem, por esse motivo, ser repelidas de acordo com a lei, à semelhança do que ocorre com qualquer outra espécie de organização criminosa. Criminosos, colaboracionistas e agentes estatais, de feitio nazifascista, misóginos, racistas, e sobretudo autoritários, hospedados em diversos países, do que é exemplo a Rússia, aparelharam a guerra contra a Justiça Eleitoral. Atacar a Justiça Eleitoral é atacar a democracia", declarou.

Questionado sobre como o TSE agirá em relação às plataformas virtuais durante as eleições gerais de outubro, Edson Fachin foi enfático ao apontar que o Tribunal fará valer a lei, "pois não pode nem deve deixar incólume quem afronta as regras do jogo, como, por exemplo, quem comete delitos contra a própria democracia".

Em relação aos ataques proferidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que há muito tem tentado desacreditar o processo eleitoral brasileiro com um monte de inverdades e insuflando atos golpistas, Fachin pontuou que, ao agir dessa maneira, o mandatário "flerta com a violência".

Por fim, Edson Fachin pontuou que a polarização política e o extremismo "preocupam" o TSE, mas ressaltou que "a democracia é inegociável", e deve ser protegida pelo povo e seus representantes legítimos, além de uma imprensa livre.

À Folha, o presidente do TSE afirmou que manterá uma postura colaborativa e de diálogo com o presidente Jair Bolsonaro, mas que adotará medidas caso a Justiça Eleitoral seja atacada.

Ontem, o ex-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reforçou que "as instituições brasileiras são sólidas", e que as investidas golpistas do presidente já foram "sepultadas".

Porém, não demorou muito desde que Edson Fachin assumiu o comando do TSE, e Bolsonaro já incluiu o ministro na sua lista de desafetos, com ataques feito a ele, Alexandre de Moraes e também a Barroso.