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Em evento, Bolsonaro não cita invasão russa à Ucrânia em discurso

Presidente Jair Bolsonaro - Isac Nobrega/Presidência da República
Presidente Jair Bolsonaro Imagem: Isac Nobrega/Presidência da República

Lucas Valença

do UOL, em Brasília

24/02/2022 13h06

Após quase 20 minutos de discurso em um evento em São José do Rio Preto (SP), o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez nenhuma menção à Ucrânia. O mandatário inaugurou o complexo viário da BR-153 na cidade.

De manhã, o presidente conversou com apoiadores no Palácio da Alvorada por cerca de 10 minutos e também não comentou sobre a invasão da Rússia na Ucrânia.

Hoje, o Itamaraty emitiu nota hoje onde evitou condenar diretamente o ataque comandado por Vladimir Putin. A diplomacia brasileira disse que "acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Rússia".

"O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos acordos de Mink e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", escreveu o órgão diplomático.

Na semana passada, porém, o presidente Jair Bolsonaro viajou à Rússia onde se encontrou com Vladimir Putin. Lá, Bolsonaro se posicionou solidariamente ao país do leste europeu.

Hoje, o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, conversou com a imprensa e sugeriu que o Brasil aplique sanções econômicas à Rússia.

"O que esperamos de todos os países é a condenação aos ataques e depois uma possível ajuda humanitária, financeira e até de armas para que possamos defender a nossas soberania", afirmou o diplomata.

Ao inaugurar os reservatórios do Córrego Ipiranga (SP) ao custo de R$ 125 milhões, na tarde de hoje, o presidente Bolsonaro voltou a atacar governos passados, em especial, as gestões petistas. A obra inaugurada pelo presidente, contudo, iniciou na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Sem explicar os números, o mandatário afirmou que foram esses governos que teriam gerado "mal feitos de até R$ 1,4 trilhão".

"Só o endividamento da Petrobras, com projetos mal feitos e corrupção foram na casa de R$ 900 bilhões entre 2003 e 2015. O mesmo no BNDES, R$ 500 bilhões em corrupção", afirmou.

Apenas pelas redes sociais, o presidente Bolsonaro se pronunciou sobre a situação na Ucrânia e disse que está "totalmente empenhado" no esforço de proteger os brasileiros no país e que a embaixada de Kiev "permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem" no país.