De cocar, Bolsonaro ganha medalha e diz querer que índios se sintam iguais
Ao lado do ministro da Justiça, Anderson Torres, e usando cocar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu hoje, em evento em Brasília, a medalha do Mérito Indigenista, que condecora brasileiros que deram alguma contribuição à causa indígena. O mandatário, porém, defende o uso econômico das terras indígenas e já disse que eles são "pobres coitados".
Em seu discurso, o presidente disse que o governo está "comprometido" em fazer com que os indígenas se "sintam iguais".
"Estamos comprometidos, cada vez mais, a nos transformarmos em iguais. Isso não tem preço. O que sempre quisemos foi fazer com que vocês se sentissem exatamente como nós", disse o presidente ao discursar no evento.
Em 2014, enquanto exercia mandato de deputado federal, Bolsonaro havia dito que os indígenas precisavam ser "integrados à sociedade".
Desde que tomou posse no Planalto, em janeiro de 2019, o presidente não reconheceu uma única terra indígena, mas defende constantemente a exploração dos territórios protegidos por lei.
Hoje condecorado, o chefe de Estado também já foi denunciado duas vezes pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) pela prática de "política anti-indígena".
Durante o evento, o presidente chegou a segurar uma criança no colo e a dançar com alguns indígenas que participaram do evento. Bolsonaro também usou um cocar indígena durante toda a cerimônia.
- Veja essa e mais notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral:
Ministro defende medalha ao presidente
Ao defender o ato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que as críticas contra o presidente e a atual gestão sobre como lidam com os povos indígenas são injustificadas: "É extremamente leviano quem diz que há neste governo desmonte das ações para assegurar os direitos dos povos indígenas."
Criada em 1972, a homenagem concedida a Bolsonaro hoje é dada como "reconhecimento pelos serviços relevantes em caráter altruísticos, relacionados com o bem-estar, a proteção e a defesa das comunicações indígenas".
Já foram condecorados pela honraria o sociólogo Darcy Ribeiro, o primeiro deputado federal indígena Mário Juruna, e o cacique Raoni.
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