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Joel: Áudio de ministro sobre favorecer pastores é corrupção descarada

Colaboração para o UOL

22/03/2022 12h42Atualizada em 22/03/2022 13h43

O economista e filósofo Joel Pinheiro definiu como "corrupção descarada", durante UOL News hoje, o áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz priorizar amigos de pastor a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Caso de corrupção, e corrupção descarada. A gente sabe qual é a contrapartida. Inúmeras igrejas ligadas a esse pastor vão fazer campanha ativa para o Jair Bolsonaro na tentativa de reeleição. É uma tragédia que uma parte das igrejas tenha abandonado sua fé, seu culto a Deus, por uma idolatria a um político", disse o comentarista.

Em conversa gravada obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Educação afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores que não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC (Ministério da Educação).

"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", diz o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos.

"Não é caso apenas de demissão, é para prisão", completou Joel Pinheiro.

Brasil vive "epidemia de golpes", diz Joel

Durante a participação no UOL News, Joel Pinheiro também afirmou que o Brasil vive uma "epidemia de golpes". A Justiça de São Paulo determinou que a Igreja Universal devolva cerca de R$ 200 mil doados por uma fiel que afirma ter sido coagida a fazer a contribuição para obter um lugar no céu.

"O Brasil tá vivendo hoje uma verdadeira epidemia de golpes. Eu mesmo já caí em golpes de Whatsapp ano passado. Infelizmente, também em igrejas, de pastres ou padres, também fazem isso."

A professora F.S., de 53 anos, disse à Justiça ter procurado a Universal no ano de 1999, pois enfrentava muitos problemas pessoais e precisava de orientação. Contou que, ao longo dos anos, participou rigorosamente de todas as práticas religiosas, fez as ofertas solicitadas e os sacrifícios financeiros por acreditar que, só assim, seria abençoada por Deus.

F.S. disse que, entre dezembro de 2017 e junho de 2018, fez a maiores doações, repassando R$ 204.500 à igreja. A professora, que declarou receber atualmente um salário líquido de R$ 1.500 por mês, afirmou que os valores entregues eram suas economias de 30 anos de trabalho.

  • Veja as notícias do dia no UOL News com Fabíola Cidral: