PT diz que proibição de atos políticos no Lollapalooza é 'censura'
O Partido dos Trabalhadores repudiou na tarde de hoje a decisão liminar do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que classificou as manifestações de Pabllo Vittar e Marina durante os shows no Lollapalooza, na sexta-feira (25), como propaganda eleitoral, vetando novos atos políticos no festival.
Em nota assinada por Gleisi Hoffmann, Paulo Teixeira, Marcio Tavares e Janaína Oliveira, membros da diretoria nacional do partido, o PT negou qualquer envolvimento com a organização do festival e disse que a decisão do TSE "remete aos tempos sombrios de censura prévia, que se abatia sobre artistas e todos que se manifestavam pela democracia em nosso país".
"A ação que motivou a decisão liminar foi movida por representantes de um governo que manifestamente repudia o debate, os artistas, a própria democracia", afirmou o partido.
A legenda também informou que avalia "medidas jurídicas cabíveis para restabelecer a liberdade de expressão".
A decisão do ministro do TSE ocorreu após o PL, legenda do presidente Jair Bolsonaro, entrar com uma ação no tribunal. Araújo ainda determinou multa de R$ 50 mil aos organizadores caso outros artistas e bandas se manifestem politicamente no evento.
Na sexta-feira (25), no fim do show no Lollapalooza, Pablo gritou "Fora, Bolsonaro" e fez um espacate. Antes de deixar o palco, ergueu uma bandeira com a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outros shows, como no da banda Detonautas, também houve protesto contra Bolsonaro. Ontem (26), na apresentação do cantor Silva, uma das atrações do palco Budweiser, a plateia presente xingou o presidente, puxando o coro: "Ei Bolsonaro, vai tomar no c*".
Já o cantor Jão pediu para que adolescentes tirem o título de eleitor e participem da votação presidencial de 2022. Ele ainda incentivou o coro de "fora Bolsonaro" puxado pelo público.
O rapper Emicida entrou no palco chamando o show de "Lulapalooza" e incentivou os adolescentes tirarem título de eleitor.
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