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Moro não desistiu, foi 'desistido' da Presidência, diz presidente do PDT

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2022 19h00

O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse hoje, em entrevista ao UOL News, que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) foi "desistido" de concorrer à Presidência da República — ou seja, ele não desistiu por vontade própria.

Menos de 24 horas depois de deixar o Podemos e se filiar ao União Brasil, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro afirmou hoje que não desistiu de nada, mas que também não será candidato a deputado federal. Para Lupi, o "vai e vem" de Moro exemplifica como ele é um "primário na política."

"Moro foi 'desistido'. Eu vi um documento público que saiu do União Brasil dizendo que não aceitava ele como candidato a presidente, que ele seria bem-vindo como candidato a deputado. Agora, ele diz que não desistiu", afirmou Lupi.

Não desistir de ser candidato a presidente é uma coisa, mas não desistir de ser nesta eleição é outra. No fundo, ele foi 'desistido' há algum tempo. Carlos Lupi, presidente do PDT

Lupi relembrou a trajetória de Sergio Moro na política, desde sua aposentadoria como juiz para ser integrante do governo Bolsonaro aos movimentos mais recentes.

"Ele é um primário na política", classificou. "O PDT completa 42 anos em maio e eu estou há 42 anos no mesmo partido. Trocar de partido, para mim, assusta e me impressiona como as pessoas estão vulgares e vulneráveis nas suas convicções", criticou.

Moro havia reconhecido ontem que desistiu, pelo menos naquele momento, de disputar a Presidência da República.

Hoje, porém, ele afirmou que não abandonou o sonho de livrar "o Brasil dos extremos", referindo-se diretamente a dois possíveis rivais nas eleições que serão realizadas em outubro: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

"Preciso esclarecer a todos que eu não desisti de nada, muito menos do meu sonho de mudar o Brasil. Pelo contrário, sigo firme na construção de um projeto para o País. O Brasil está em um ano eleitoral decisivo, no qual iremos escolher que tipo de país queremos ser", disse Moro.

Carlos Lupi ainda avaliou que Moro é "um ser humano em conflito" com suas escolhas políticas. "A própria fala dele tenta se colocar como quem está sendo o grande mestre que poderá abrir mão [de concorrer à Presidência] em nome da construção de alguma coisa. Construir o que se não consegue construir a própria candidatura?".

"Depois do cancelamento de suas decisões pelo Supremo, ele como juiz ficou desmoralizado e, agora, a cada dia, está trazendo a desmoralização como juiz para a política", disse o presidente do PDT.

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