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Moraes ordena inspeção rigorosa sobre tornozeleira de Daniel Silveira

Daniel SIlveira ri e aponta para tornozeleira em foto - Reprodução/Twitter/vlogdolisboa
Daniel SIlveira ri e aponta para tornozeleira em foto Imagem: Reprodução/Twitter/vlogdolisboa

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/04/2022 18h38

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou hoje que a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) informe, em 48 horas, se existem "eventuais inconsistências" na tornozeleira eletrônica usada pelo deputado federal Daniel Silveira desde a última quinta-feira (31).

A decisão atende a um pedido feito pela defesa do congressista, que afirma que o equipamento apresenta "anormalidades" e "comportamentos estranhos", como ruídos e vibrações sem causa aparente.

Oficie-se à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal para que, no prazo de 48 horas, informe nestes autos acerca de eventuais inconsistências no equipamento de monitoramento eletrônico utilizado pelo réu, bem como forneça relatório completo do monitoramento desde o seu início
Alexandre de Moraes, em decisão sobre tornozeleira de Daniel Silveira

Depois de ter resistido à ordem do STF para usar tornozeleira e passado a noite em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, o congressista recuou e afirmou que passaria a usar o equipamento.

O STF decidiu, na sexta-feira (1º), por 9 votos a 2 manter a decisão de Moraes de impor punições ao deputado caso ele volte a recusar o uso do dispositivo eletrônico. Só os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados à Corte pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), divergiram de Moraes.

Na avaliação da defesa de Silveira, as restrições "cerceiam a atividade parlamentar, violam as prerrogativas do parlamentar e impedem o livre exercício do mandato" do congressista.

Réu no Supremo, com julgamento marcado para 20 de abril, Silveira é acusado de estimular atos com pautas antidemocráticas no país. Ele chegou a ser preso depois de divulgar vídeo com ameaças a ministros do STF. Em novembro, Moraes autorizou soltura e estabeleceu medidas cautelares, como a proibição de contato com outros investigados, participação em atos políticos e o acesso a redes sociais.

Desde então, o parlamentar voltou a participar de eventos de cunho político e a atacar ministros do STF.

Moraes seguiu entendimento da PGR

Em documento protocolado no STF, a PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou que Silveira segue reiterando o "comportamento delitivo contra o Estado Democrático de Direito, ameaçando e proferindo inúmeras ofensas" contra o STF.

Na avaliação da então subprocuradora Lindôra Araújo, o deputado aproveita-se de eventos públicos para "ofender a honra e ameaçar gravemente" o ministro Alexandre de Moraes.

"Somam-se, ainda, as incitações públicas para desafio ao sistema e alegação de que os membros do STF estão cruzando a linha do limite e que apenas o chefe do Poder Executivo pode deter isso", escreveu Lindôra.

A determinação do STF, em 25 de março, ocorreu depois de Silveira ter participado de atos políticos. "A reiteração do descumprimento injustificado acarretará, natural e imediatamente, o restabelecimento da ordem de prisão", disse o ministro.