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Justiça aceita recurso de Augusto Aras contra professor da USP

Augusto Aras protocolou queixa-crime contra professor da USP que o criticou - Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo
Augusto Aras protocolou queixa-crime contra professor da USP que o criticou Imagem: Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

20/04/2022 14h56Atualizada em 20/04/2022 19h53

A Terceira Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) aceitou um recurso do procurador-geral da República, Augusto Aras, contra o professor da USP Conrado Hübner Mendes, por um artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo e publicações feitas nas redes sociais.

Segundo o recurso protocolado por Aras, Mendes cometeu os crimes de calúnia, injúria e difamação. Ainda cabe recurso para reverter a decisão da Turma. Procurado, o professor não quis se manifestar.

Em janeiro de 2021, o professor da USP usou sua conta no Twitter para se referir a Aras como "Poste-Geral da República" e "servo do presidente" Jair Bolsonaro (PL). Mendes também acusou o PGR de se omitir quanto à responsabilidade do governo nas mortes decorrentes da covid-19.

No mesmo mês, o professor publicou coluna na qual disse que o procurador era a "antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional", no qual reforçava as acusações de que atuava de acordo com as vontades do presidente.

Segundo o relator do caso, o juiz federal Marllon Sousa, "embora o debate político seja sempre bem-vindo e necessário", as críticas de Mendes "podem, em tese, configurar o delito de calúnia, pois atribuíram ao querelante a prática de fato definido como crime".

Por isso, Sousa afirmou que a queixa-crime não pode ser rejeitada sem que haja prova robusta e pré-constituída de que Mendes praticou o ato sem qualquer intenção de atingir a honra de Aras.

No ano passado, a juíza Pollyana Kelly Maciel, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, rejeitou a queixa de Aras contra o professor da USP. Posteriormente, recusou também um recurso apresentado pelo PGR.

De férias em Paris, Aras foi abordado anteontem por um grupo de brasileiros que cobrou investigações sobre as suspeitas de corrupção no MEC (Ministério da Educação) e a compra de comprimidos de viagra pelas Forças Armadas.

De óculos escuros e máscara de proteção contra a covid-19, Aras estava acompanhado por familiares no momento da abordagem e não reagiu aos comentários, conforme mostra a gravação, divulgada inicialmente pelo colunista Guilherme Amado, do portal "Metrópoles", e que viralizou nas redes sociais.