Marco Aurélio critica Barroso por fala sobre Forças Armadas: 'Ingenuidade'
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello criticou o ministro Luís Roberto Barroso pela declaração de que as Forças Armadas são orientadas a atacar o processo eleitoral e disse que o antigo colega de Corte cometeu "ingenuidade pura" ao fazer a acusação. Para Marco Aurélio, a fala de Barroso foi um "ato falho". A crítica foi feita pelo ex-ministro em entrevista à revista CartaCapital publicada hoje.
"Ingenuidade pura pensar que Exército, Marinha e Aeronáutica - os militares, portanto - se engajarão numa aventura. Foi um ato falho do ministro Luís Roberto Barroso que não veio a contribuir para a pacificação que o clima está a reclamar. Foi um ato falho", afirmou Marco Aurélio.
Barroso fez o comentário sobre as Forças Armadas durante o Brazil Summit Europe, um evento virtual promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim. Na ocasião, o ministro do STF, voltou a defender a integridade das urnas eletrônicas e condenou tentativas de politização dos militares, ressaltando que, até o momento, as Forças Armadas têm resistido a serem objeto das "paixões políticas".
"Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996, não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo", afirmou Barroso em sua participação.
Quando era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Barroso convidou representantes das Forças Armadas para participarem da Comissão de Transparência, que analisa o processo de apuração eleitoral e o uso das urnas eletrônicas nas eleições deste ano.
Ex-ministro diz prever transição tranquila se Lula vencer
Questionado a respeito de uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, Marco Aurélio disse que prevê uma transição tranquila.
"Os homens passam pelos cargos e as instituições são perenes. Por educação familiar e educação, também considerada a minha caminhada, sou um otimista. Penso que os ares democráticos vieram para permanecer. Não há campo para saudosismo", afirmou o ex-ministro.
Ele também falou sobre o julgamento que anulou as condenações do petista e defendeu que a decisão do STF deve ser respeitada.
"O ex-presidente Lula foi ressuscitado politicamente pelo Supremo. Fui voto vencido também. Porque os processos-crime tinham chegado ao término e ele estava cumprindo pena. Mas foi decisão do Supremo, paciência, não se tem um órgão acima do Supremo para se recorrer a ele", disse.
"E, ocorrida a eleição e proclamado o resultado, aqueles que concorreram precisam respeitar as regras do jogo. É assim a convivência democrática", acrescentou Marco Aurélio.
* Com informações da Agência Estado
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