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Governistas e oposição batem-boca por uso de gravata em comissão da Câmara

Do UOL, em São Paulo

01/06/2022 17h49

Durante uma sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, parlamentares governistas e de oposição discutiram porque o deputado Felipe Francischini (União Brasil-PR) não estava usando gravata.

Os políticos debatiam a convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, para prestar esclarecimentos sobre o caso Genivaldo de Jesus Santos quando Helder Salomão (PT-ES) pediu a palavra para questionar o fato de Francischini não estar usando o acessório. Ele apontou que segundo o regimento interno da Câmara, é obrigatório o uso de traje "passeio completo", o que inclui gravata, além do terno e camisa social.

Felipe Francischini estava envolvido, ao lado de outros deputados da base governista, em uma discussão sobre a conduta do presidente da comissão, Orlando Silva (PCdoB), que não atendeu a um pedido de palavra feito pela liderança do PL. Do outro lado, estavam os deputados de oposição, entre eles, Helder Salomão.

"Primeiro que de acordo com o artigo 271 do regimento, o deputado Francischini sequer poderia falar nessa reunião", disse Salomão. Ele então leu o artigo citado e pediu para que a questão de ordem feita anteriormente por Francischini fosse desconsiderada.

Orlando Silva chegou a deferir o pedido do petista, o que causou indignação em outros parlamentares, como o deputado Salomão Sóstentes, que pediu para fazer um argumento contrário, e a deputada Chris Tonietto (PL-RJ), que bradou: "é muita parcialidade, né presidente?".

Quase imediatamente, porém, uma assessora entregou a Francischini uma gravata, que ele vestiu. "No meu campo de visão, observo que o deputado Francischini já passou a trajar nos termos regimentais, então eu indefiro a questão de ordem do deputado Helder Salomão".

A sessão então seguiu, ainda sob protestos de alguns parlamentares. No final, a comissão aprovou a convocação do ministro Anderson Torres.