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Carla Araújo: 'Lira e Bolsonaro estão fechados na questão da Petrobras'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/06/2022 14h21Atualizada em 20/06/2022 14h21

A colunista do UOL Carla Araújo afirmou hoje, após a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) e Jair Bolsonaro (PL) estão andando na mesma direção quando o assunto é o preço dos combustíveis e também mudanças na estatal.

Para Araújo, ambos enxergam essa "guerra" como uma possibilidade de se promover eleitoralmente e, assim, tentar uma possível reeleição para seus respectivos cargos.

"O Lira tem o apoio do presidente Bolsonaro e eles estão juntos nessa questão, porque é uma questão muito cara eleitoralmente. O Lira é candidato e está aproveitando essa cadeira (presidente da Câmara) para dizer que está tentando encontrar respostas. Escolhem a Petrobras como inimiga nesse momento para dizer que estão tentando fazer algo ao invés de assumirem responsabilidades políticas", disse durante participação no UOL News.

A renúncia de Mauro Coelho, inclusive, de acordo com apuração de Carla Araújo, foi vista como uma "vitória" de Bolsonaro e deve fazer com que a ideia de criação de uma CPI da Petrobras seja deixada de lado.

"Com a notícia da renúncia eu conversei com alguns auxiliares do presidente Bolsonaro e com algumas pessoas da Câmara e do Senado e a CPI deve morrer antes de nascer. Agora esperam que o Lira faça algum tipo de anúncio", afirmou.

Mas, apesar da chamada "vitória" do governo, a colunista do UOL pontuou que Bolsonaro terá um longo caminho pela frente no que se refere à Petrobras. "Avaliação é de que a pressão de Bolsonaro surtiu efeito e tida como vitória, mas ainda tem um caminho pela frente porque os indicados do presidente ainda passam pelo Comitê de Gestão de Pessoas e Bolsonaro pode não conseguir a diretoria que quer. Ele não deve arrefecer muito suas críticas à política da estatal e deve continuar essa 'guerra'".

Por fim, Araújo também afirmou que não há nenhuma garantia de que uma queda de preços chegue até os consumidores nas bombas de combustíveis e alertou para uma possível estratégia do Governo de decretar calamidade pública.

"O cenário internacional é complexo e vale lembrar que está no radar do Congresso e pode até acontecer de apertar o 'botão da calamidade' novamente e liberar uma série de gastos do governo com a justificativa da Guerra (na Ucrânia) e problema de preços internacionais dos combustíveis. Conseguiriam fazer outros tipos de políticas não só em relação aos combustíveis e é possível dependendo do andamento da PEC dos combustíveis".