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'Muitos presos hoje estão inocentados', diz líder do governo sobre Ribeiro

Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso hoje preventivamente durante operação da PF que investiga a liberação de recursos do MEC - Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso hoje preventivamente durante operação da PF que investiga a liberação de recursos do MEC Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

22/06/2022 10h59Atualizada em 22/06/2022 17h36

A prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro repercutiu hoje entre aliados do governo Jair Bolsonaro (PL) e a oposição. A Polícia Federal investiga Ribeiro por corrupção passiva após reportagem da Folha de S.Paulo revelar que o MEC (Ministério da Educação) priorizava o envio de verbas a prefeituras indicadas por dois pastores evangélicos.

Apesar de não terem cargos oficiais no governo, Gilmar Santos e Arilton Moura, que também são alvos da operação, eram ligados ao presidente Bolsonaro. Em áudio vazado em março, Milton Ribeiro diz que a atuação dos pastores no MEC atendia a uma solicitação do presidente.

Depois, o então ministro tentou isentar Bolsonaro de qualquer responsabilidade.

No Twitter, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu Ribeiro. "Muitos que foram presos, hoje estão inocentados após conclusão das investigações".

Em entrevista à rádio Itatiaia na manhã de hoje, o presidente Bolsonaro afirmou que Milton Ribeiro deve responder "pelos atos dele" caso haja algum problema. "Que ele responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum, mas se tem problema, a PF tá agindo, tá investigando, é sinal que eu não interfiro na PF, porque isso vai respingar em mim, obviamente".

Em março, logo após a divulgação de áudios de Milton Ribeiro, o presidente Bolsonaro disse que "botava a cara no fogo" pelo ex-ministro.

O presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou que os mandados de prisão evidenciam "as suspeitas de uso criminoso dos recursos públicos do FNDE".

"É urgente que se faça uma intervenção no FNDE para que se apure os contratos feitos na gestão de Milton Ribeiro, em que recursos públicos eram direcionados, sem nenhum critério técnico e com viés político. O que temos visto é um descalabro na administração pública", continuou.

O senador Raldolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que faltam duas assinaturas para a abertura da CPI do MEC, suspensa em abril deste ano. "O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história".

Ex-assessor da Presidência, Arthur Weintraub, repercutiu a notícia e afirmou: "Acordem enquanto dá tempo". Ele e o irmão Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, romperam com o governo Bolsonaro.

O também ex-ministro do governo Bolsonaro Sergio Moro disse que os acontecimentos "devem ser profundamente investigados pela PF". No entanto, disse que evangélicos não podem ser discriminados pelo episódio.

"As igrejas têm relevantes serviços prestados ao país. A culpa é individual e não das organizações", escreveu no Twitter.

Pré-candidato ao governo de Sergipe, o senador Alessandro Vieira (Cidadania), afirmou que "Não se acaba com a corrupção com orações, populismo ou bravatas online".

Muitos políticos resgataram a fala de Bolsonaro, que afirmou que "botava a cara no fogo" por Milton Ribeiro.

Vocês conhecem um bom cirurgião plástico? O Bolsonaro queimou a cara e o seu ministro Milton Ribeiro, junto com outro pastor falcatrua, foram presos por corrupção.
Leonel Radde, pré-candidato a deputado estadual e vereador de Porto Alegre (PT)

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) ironizou: "Queimou a cara, Bolsonaro?".

Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Rio, afirmou que a prisão de Milton Ribeiro é um retrato de um governo corrupto e "o retrato de um governo que está roubando os brasileiros".

Para o senador Humberto Costa (PT-PE) e a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), o presidente Bolsonaro deveria ser preso com Ribeiro. "Faltou prender o mandante", escreveu a deputada nas redes sociais.

Costa lembrou o sigilo imposto pelo governo sobre entradas e saídas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura ao Palácio do Planalto. "Bolsonaro até que tentou esconder, mas não dá mais para negar o seu envolvimento com a corrupção no MEC".