Gabriel Monteiro se contradiz sobre idade de adolescente, diz relator
O depoimento de Gabriel Monteiro (PL) ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro foi marcado hoje por contradições, segundo o vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo que pode cassar o mandato do vereador. As oitivas foram encerradas hoje com o depoimento de Monteiro.
Entre as "várias contradições", segundo Alencar, está o fato de o vereador saber ou não que a menina com quem gravou cenas íntimas tem apenas 15 anos —um dos pontos da investigação no Conselho de Ética.
Em depoimento hoje aos colegas de Casa, Monteiro afirmou que não sabia da idade da menina. Momentos depois, o vereador diz ter sido enganado pela adolescente sobre a idade dela.
"Do ponto de vista da menoridade da menina, que ele confirmou que filmou, ele nega ciência da idade dela, mas polícia e Ministério Público vão em direção contrária e dizem que ele sabia, tanto que a denúncia foi recebida", afirmou Chico Alencar.
Em maio, a Justiça do Rio aceitou a denúncia do MP e Monteiro responderá por suspeita de vazamento das imagens íntimas da menina. Aos vereadores, o investigado afirmou que filmava relações íntimas consensuais para se precaver de possíveis denúncias de estupro.
Contradição sobre assessores no canal
Para Alencar, outro fato que indica contradição é o pagamento de funcionários lotados em seu gabinete na Câmara Municipal e que também trabalhavam para seu canal no YouTube.
Monteiro relatou que os funcionários da Casa não trabalhavam em outras funções. Em outro momento, de acordo com o relator do processo, disse que pagava esses funcionários "por fora" para funções relativas ao canal.
O presidente do Conselho de Ética, Alexandre Isquierdo (União Brasil), afirmou que Monteiro disse ainda que os assessores que trabalhavam no canal eram somente os seguranças.
Os vereadores afirmaram que Monteiro pediu para que seu depoimento de hoje fosse transmitido ao vivo. Para tentar convencer o conselho, Monteiro gravou um vídeo e marcou todos os perfis de rede sociais —em decorrência, Isquierdo afirma que os vereadores receberam "uma avalanche de pedidos".
"O conselho, baseado na resolução, não permitiu. Até porque o conselho não tem agido de forma pirotécnica", disse Isquierdo.
Depois de ouvir 12 testemunhas, o próximo passo da investigação é a produção do relatório que vai indicar a possível punição de Monteiro.
Na primeira semana de agosto, o relatório será apresentado aos integrantes do conselho. A defesa de Monteiro terá então cinco dias para alegações finais —elas poderão ou não alterar o relatório final produzido por Chico Alencar.
É esse relatório que será votado internamente pelo Conselho de Ética, composto ao todo por oito vereadores. Em caso de haver pedidos por punição, o plenário da Câmara deverá votá-lo.
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