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Bolsonaro é condenado a indenizar jornalista da Folha por danos morais

Jair Bolsonaro fez comentário sexista contra jornalista Patrícia Campos Mello na porta do Palácio da Alvorada, em 2020 - reprodução.
Jair Bolsonaro fez comentário sexista contra jornalista Patrícia Campos Mello na porta do Palácio da Alvorada, em 2020 Imagem: reprodução.

Do UOL, em São Paulo

29/06/2022 10h37Atualizada em 29/06/2022 11h44

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu hoje manter a condenação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e aumentar a indenização por danos morais à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.

O placar final foi de 4 votos a 1. Na primeira instância, Bolsonaro havia sido condenado a pagar R$ 20 mil. Os desembargadores aumentaram o valor para R$ 35 mil.

Em fevereiro de 2020, o presidente disse a apoiadores que a jornalista "queria dar o furo a qualquer preço contra mim". "Furo" é um jargão jornalístico para uma informação exclusiva.

A declaração de Bolsonaro era em referência ao depoimento de Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparo em massa por WhatsApp. Nascimento mentiu à CPI das Fake News no Congresso, dizendo que a jornalista se insinuou sexualmente para ele em troca de uma reportagem. As declarações foram contestadas em mensagens de texto e em áudios divulgados pela Folha.

Campos Mello comemorou a decisão nas redes sociais, dizendo que a vitória é de todas as mulheres. "Ganhamos! Por 4x1, o TJ de SP decidiu que não é aceitável um presidente da República ofender, usando insinuação sexual, uma jornalista. Uma vitória de todas nós mulheres. Agradeço à brilhante Tais Gasparian [advogada do caso] e a todos vocês pela mobilização, sem vocês não seria possível", escreveu.

O UOL entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Caso haja resposta, o texto será atualizado.