Repórter conservador da Fox entrevista Bolsonaro e posa com cocar indígena
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado na manhã de hoje jornalista conservador Tucker Carlson, da Fox News, e posou ao lado do apresentador com um cocar. A imagem foi publicada por Carlson em seu perfil no Twitter sem nenhuma legenda. O encontro já havia sido anunciado pelo apresentador em outra publicação na rede social na noite de ontem.
Também no Twitter, Bolsonaro publicou uma foto do momento em que era entrevistado. Na imagem, o chefe do Executivo aparece sentado frente a frente com Carlson em seu gabinete no Palácio do Planalto.
O uso do cocar e outros adereços indígenas é tido como uma forma de discriminação, segundo críticas de associações que representam esses povos. Essas entidades afirmam que os adereços não devem ser utilizados como fantasia, já que é a forma como indígenas se vestem.
Em cerimônia realizada me março deste ano, Bolsonaro usou o adereço durante evento no qual recebeu a medalha do Mérito Indigenista, que condecora brasileiros que deram alguma contribuição à causa indígena.
Desde que tomou posse no Planalto, em janeiro de 2019, o presidente não reconheceu uma única terra indígena, mas defende constantemente a exploração dos territórios protegidos por lei.
Além disso, o chefe de Estado também já foi denunciado duas vezes pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) pela prática de "política anti-indígena".
Ajuda para entrar em universidade
Apesar de ser conhecido pelas críticas ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desde 2020, Carlson já pediu ajuda ao filho do democrata, Hunter Biden, para que o próprio filho conseguisse ingressar na Universidade de Georgetown, em Washington.
O caso foi relevado pelo jornal Washington Post, que teve acesso a e-mails que mostram que Carlson e sua esposa, Susie Carlson, entraram em contato Hunter em 2014 pedindo que ele enviasse uma carta de recomendação à universidade.
Em uma das mensagens, o apresentador disse que seu filho era bom em squash e "ama Washington pelas razões certas".
Carlson também é acusado de defender a "teoria da substituição", teoria geralmente presente do discurso de supremacistas brancos. Segundo essa teoria, as elites ocidentais, às vezes manipuladas por judeus, querem "substituir" e enfraquecer os americanos brancos.
De acordo com o jornal The New York Times, Carlson fez da mudança demográfica "liderada pela elite" um tema central de seu programa desde que ingressou na programação do horário nobre da Fox em 2016.
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