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Marcos Valério não irá à Câmara para depor sobre delação que liga PT ao PCC

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasilia

07/07/2022 22h20

O empresário Marcos Valério informou hoje à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados que não irá a uma audiência marcada para a próxima quinta-feira (14) em que ele seria questionado sobre suposta relação de integrantes do PT, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Leia a íntegra do ofício enviado ao presidente da comissão, deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), a que o UOL teve acesso.

O requerimento para convidar Valério para ser ouvido na comissão foi apresentado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no início desta semana, depois de a revista Veja publicar reportagem com trechos de delação premiada em que o publicitário afirmou à PF (Polícia Federal) que ouviu do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira detalhes sobre o que seria o elo entre petistas e o grupo.

Condenado a 37 anos de prisão, acusado de ter operado o esquema do mensalão no primeiro mandato de Lula, o empresário afirmou ainda à PF que administrou caixa secreto de R$ 100 milhões para a sigla. Em nota, a cúpula do PT diz que a delação divulgada por Veja é "mentirosa" e trata-se de "manipulação política" e afirmou que tomará medidas judiciais contra a publicação.

"A revista começa mentindo ao afirmar que a delação foi 'homologada por Celso de Melo', numa tentativa de conferir credibilidade ao depoimento de alguém que buscava benefícios penais em troca de acusações sem provas. Em setembro de 2018, Celso de Melo, repita-se, homologou apenas parcialmente trechos da delação que, de acordo com o que foi divulgado na ocasião, diziam respeito a supostos fatos que não eram objeto de ações penais já em curso", afirma o partido.

O que diz Marcos Valério

No documento enviado à Câmara, o empresário diz que o material publicado por Veja foi vazado de forma ilícita. Ao UOL, o advogado Faber Campos, que representa Valério junto à Justiça, emitiu a seguinte nota:

"É importante esclarecer que se trata de vazamento de informações, sem qualquer respaldo técnico. Portanto, a defesa técnica entende que a comissão deveria, de ofício, determinar ao departamento de Polícia Federal que informe a ela qual funcionário Público Federal que ficou responsável pela guarda e sigilo dos áudios e veracidade dos mesmos, bem como que seja determinada a abertura de inquérito junto ao Departamento de Polícia Federal para que se apure o crime de violação do sigilo funcional".