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Bolsonaro liga para família de petista assassinado e chama para entrevista

Do UOL*, em São Paulo

12/07/2022 18h10Atualizada em 12/07/2022 21h16

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez hoje uma chamada de vídeo com a família de Marcelo Arruda, petista que foi assassinado no último domingo (10) em Foz do Iguaçu por um apoiador de Bolsonaro. O presidente disse que "nada justifica" o crime e convidou os familiares de Marcelo para participar de uma entrevista coletiva.

"Por mais que por ventura tenha tido uma troca de palavras grosseiras, mas não justifica o cara voltar armado e fazer o que ele fez", disse Bolsonaro. Um parente de Marcelo respondeu: "Nem justifica ele ter aparecido lá, presidente".

Um trecho da conversa foi divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles. No vídeo, é possível ver que o deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) segura o celular por meio do qual é realizada a chamada.

O contato entre o presidente e os parentes de Arruda foi promovido pelo deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), vice-líder do governo na Câmara. Segundo o deputado, os irmãos José Arruda e Luiz Arruda sinalizaram intenção de voar a Brasília para conversar com Bolsonaro. O encontro pode ocorrer na próxima quinta-feira, dia 14.

"Recebemos a informação de que a família não era apenas petista, que era uma família plural e que tinha bolsonaristas também. Então, o presidente me pediu para vir a Foz do Iguaçu, em nome dele, localizar a família, e o presidente conversou com eles. Eles estão dispostos a ir a Brasília, só falta fechar alguns detalhes", afirmou Otoni ao Estadão.

Bolsonaro aproveitou a conversa para convidar a família de Marcelo para participar de uma coletiva de imprensa em Brasília. Segundo ele, a ideia é que eles contem sobre o que aconteceu.

"A imprensa obviamente, quase toda a esquerda, tá quase que botando no meu colo a ação desse cara", diz o presidente em um trecho anterior ao convite.

Bolsonaro reclamou de estar sendo questionado sobre seus atos e discursos anteriores. Os irmãos de Arruda disseram a ele não admitir que a esquerda use essa morte como "palco de política". Afirmaram, ainda, saber "qual lado começou" a disputa, numa referência ao atentado a faca sofrido por Bolsonaro, na campanha de 2018. Eles também declararam apoio à reeleição do presidente.

O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado no último domingo (10) durante sua festa de aniversário, que acontecia em Foz do Iguaçu (PR). O evento tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o boletim de ocorrência, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, autor do crime, invadiu o evento e gritou "aqui é Bolsonaro". Ele foi embora e depois voltou atirando. Três disparos acertaram Arruda.

O guarda municipal ainda conseguiu atirar de volta e feriu Guaranho, que está internado em estado estável, mas grave.

*Com Estadão Conteúdo