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CPI da Covid: Randolfe diz que vai contestar PGR e quer intimação de Aras

Gabriela Vinhal

Do UOL, em Brasília

25/07/2022 21h01Atualizada em 26/07/2022 09h50

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid-19, afirmou hoje (25) que vai recorrer da decisão da PGR (Procuradoria-Geral da República) de pedir ao STF o arquivamento das apurações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), abertos após a entrega do relatório final da comissão.

As manifestações da Procuradoria foram assinadas pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo. Rodrigues disse que vai pedir ainda a intimação pessoal do procurador-geral da República, Augusto Aras, para explicar a decisão e, caso ele confirme o arquivamento, pedirá a abertura de inquérito por prevaricação de Aras e Lindôra.

No Twitter, o senador afirmou que a decisão da Procuradoria é "um insulto às quase 700 mil vítimas da Covid-19 no país. Augusto Aras, com este ato, se torna cúmplice dos crimes cometidos e rebaixa a PGR à condição de cabo eleitoral de Bolsonaro".

Os procedimentos a serem arquivados no Supremo apuravam supostos crimes de epidemia, prevaricação, infração de medida sanitária, charlatanismo e emprego irregular de verba pública. No relatório final, além de Bolsonaro, a CPI pediu o indiciamento de outros 67 nomes, entre empresas e pessoas.

Mais cedo, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), que foram relator e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, respectivamente, também criticaram a decisão de Aras.

No Twitter, Calheiros afirmou que a PGR "blinda" Bolsonaro às vésperas das eleições e "não surpreende ninguém". Os procedimentos apuravam supostos crimes de epidemia, prevaricação, infração de medida sanitária, charlatanismo e emprego irregular de verba pública.

Já Aziz disse que o pedido da PGR é um "desrespeito à memória e às famílias" das vítimas da doença no país.

Em um caso, que apura suposta prática de incitação ao crime, a PGR prorrogou o procedimento por mais 90 dias. Este se torna agora o último caso contra o presidente derivado da CPI ainda aberto na PGR.