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Vereadora trans de BH diz que sofreu ameaça de morte de grupo neonazista

Duda Salabert é candidata à deputada federal  - Reprodução redes sociais
Duda Salabert é candidata à deputada federal Imagem: Reprodução redes sociais

Do UOL, em São Paulo

01/08/2022 11h12Atualizada em 01/08/2022 21h06

A vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT), que é transexual, denunciou em suas redes sociais que foi ameaçada de morte por um grupo neonazista. Segundo ela, o ataque é recorrente e foi reportado à polícia.

Duda publicou hoje em seu perfil no Instagram um print de um e-mail recebido na última quinta-feira (28). Logo no início, a mensagem traz uma ameaça clara à vida da vereadora. Na publicação, Duda suprimiu um trecho no qual, de acordo com ela, havia detalhes e ameaças também à sua família.

"Perder seu emprego foi só o começo, na próxima vez você vai perder a sua vida", diz o texto enviado por uma pessoa que se identifica como William Maza dos Santos. Em 2021, Duda Salabert, que é professora, foi demitida da escola onde trabalhava havia 13 anos após receber uma ameaça de morte que dizia que ela seria assassinada dentro do colégio. Ela atribui os casos ao mesmo grupo.

"Por causa desses nazistas perdi meu emprego ano passado (...) Agora esse grupo nazista me envia este e-mail me ameaçando e ameaçando minha família. Estou indo agora à delegacia fazer a denúncia formal", escreveu Duda sobre o caso.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, lamentou os ataques e prestou "total solidariedade" à Duda. O político defendeu que os agressores sejam "identificados e punidos".

"Ninguém vai tirar a sua força nem calar a sua voz", escreveu.

Duda Salabert chegou a anunciar que disputaria uma vaga ao Senado Federal este ano, mas desistiu de concorrer porque seu partido poderia fazer uma aliança com o PSDB. Ontem, ela anunciou que será candidata a deputada federal. Segundo a parlamentar, um dos motivos para disputar uma vaga no Congresso é obter maior proteção.

"Na campanha para vereadora, disse que cumpriria o mandato e continuaria dando aula, caso eleita. Mas, com as ameaças de morte, fui demitida da escola e, por orientação de organizações internacionais, é prudente que eu conquiste uma cadeira no congresso p/ obter maior segurança", escreveu ontem no Twitter ao anunciar a candidatura.

Uma série de reportagens da Folha de S.Paulo publicada em maio deste ano mostrou que Duda, assim como vereadores trans de outras cidades, não recebe proteção extra da Câmara Municipal, apesar de ter recebido diversas ameaças.

A vereadora já usou suas redes sociais para relatar outras agressões. Em outubro do ano passado, por exemplo, Duda Salabert afirmou que funcionárias de um salão de beleza se recusaram a atendê-la em função de sua identidade de gênero.