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Moraes ordena prisão preventiva de bolsonarista que atacou Lula e STF

Do UOL, em São Paulo

01/08/2022 09h53Atualizada em 01/08/2022 13h05

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes acatou um pedido da Polícia Federal e decretou a prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, militante bolsonarista preso em Belo Horizonte após divulgar vídeos com ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ameaças de morte a ministros do STF.

Rejane estava preso temporariamente e teve o prazo da detenção estendido por Moraes para que a PF pudesse concluir a análise de equipamentos do militante.

Na decisão, Moraes destaca trechos do pedido da PF, que diz ter encontrado elementos de que "o investigado, por meio de aplicativos de mensagens, arrecada o apoio de diversas pessoas para a efetivação de seu projeto de ataque às instituições democráticas, notadamente o Supremo Tribunal Federal, em datas que se aproximam (manifestações em agosto e em setembro de 2022)".

O ministro argumenta que "somente com a restrição de liberdade foi possível interromper a prática criminosa", já que Ivan Rejane não teria interrompido a divulgação de vídeos com ataques ao STF mesmo no dia de sua prisão.

Outro trecho do pedido da PF destacado pelo ministro aponta que transcrições feitas dos materiais de Ivan Rejane indicam que o militante "tem como um dos instrumentos a utilização da violência para atingir seu intento criminoso em relação a ministros do STF e políticos".

PGR pediu prisão domiciliar, e não preventiva

A PGR (Procuradoria-Geral da República) também se manifestou sobre o caso a pedido de Moraes, mas requereu a prisão domiciliar em vez da preventiva, argumentando que Ivan Rejane tem uma filha de menos de três meses que depende dos cuidados do pai. O militante está detido no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem (MG).

O pedido de prisão temporária, acatado no dia 22 de junho, também foi feito pela própria PF, que alertou Moraes para o risco de Ivan promover "ações violentas" diretamente ou com a adesão de voluntários, "mediante inclusive a 'luta armada'", com o objetivo de destituir os ministros de suas funções.

Em decisão, o ministro relembrou que a liberdade de expressão não é escudo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos e ameaças e agressões contra as instituições. A pessoas próximas, o ministro tem dito que ameaças e ataques como os proferidos por Ivan não serão tolerados e que acompanha de perto as movimentações para o feriado em setembro.

Moraes também mandou o Twitter, Facebook e Youtube bloquearem os perfis de Ivan em suas plataformas e determinou ao Telegram que suspenda o canal usado por Ivan, preservando seu conteúdo.

Quem é Ivan Rejane

Ivan Rejane Fonte Boa Pinto mantinha um canal no YouTube no qual se apresenta como "terapeuta" para dependentes químicos. Seus vídeos são repletos de xingamentos e palavras de baixo calão.

Ele diz que sua "guerra" é "contra o tráfico de drogas", mas seus alvos preferenciais são políticos de esquerda, a quem ele associa a existência do narcotráfico, e os ministros do Supremo, que, segundo ele, "mandam soltar esses vagabundos".

Em um dos vídeos publicados pelo bolsonarista, o homem cita o feriado de 7 de Setembro e profere ameaças aos ministros do STF, ao ex-presidente Lula, à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ).