'Facilitamos para cidadão comum', diz Bolsonaro sobre mais armas no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a comemorar o aumento de pessoas com registro para portar arma no Brasil, número que subiu em mais de 1 milhão no governo dele. Em ano eleitoral, o presidente já disse que, se reeleito, irá ampliar ainda mais o acesso a armamentos no país.
Durante transmissão ao vivo hoje à noite, Bolsonaro citou "uma matéria contrária a nós" e disse: "O cidadão comum puxa aumento de registro de armas. É lógico, vou vender arma para quem, para as Forças Armadas? Vai comprar .38, .32, .40? É o cidadão comum mesmo que compra armas e nós colaboramos, facilitamos para que o cidadão comum, se assim o desejar, com critérios, comprasse armamento".
Segundo o mandatário, seu governo cumpre "o referendo de 2004", no qual "o Brasil poderia vender munição para cidadão de bem". Rivalizando com o PT, partido do também presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro afirmou que "o governo daquela época resolveu interpretar de maneira diferente e proibiu a venda de arma de fogo e a violência cresceu bastante".
"Até o final do ano, se Deus quiser, vamos dobrar o número de CACs [Caçador, atirador e colecionador]", falou.
No entanto, Bolsonaro não mencionou que a facilitação para obter armas interessa também a organizações criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem utilizado o projeto do presidente para adquirir mais armamento legalmente.
A política facilita a compra de armamento para quem se registra como CAC. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, criminosos da facção têm usado a nomenclatura para as compras.
Segundo o veículo, os equipamentos foram todos comprados seguindo a atual lei de Bolsonaro - alguns através de laranjas, pessoas que adquirem as armas para o grupo, mas outros por criminosos com extensa ficha criminal.
O notável aumento de pessoas que podem portar arma preocupa até a Polícia Federal. Apuração da agência de notícias Reuters mostra que a corporação tem enviado relatórios desde 2018 ao Congresso alertando sobre a perigosa política de Bolsonaro.
Além disso, o presidente tem inflamado seus eleitores a pouco menos de dois meses antes das eleições, afirmando constantemente que "um povo armado jamais será escravizado".
Roubo de celular como crime hediondo
Ao comentar sobre o projeto que tipifica o "novo cangaço" e o classifica como hediondo, ou seja, inafiançável e insuscetível de graça, Bolsonaro propôs que o mesmo fosse feito para roubo de celular.
"Tem que arranjar uma maneira de criminalizar como hediondo o roubo de celular. Qualquer pessoa está com o celular na rua, mas pegam aí uma pessoa desprevenida, uma idosa, um jovem... O elemento ao roubar o celular atira, mata, imagina perder parente, amigo, filho dessa forma", afirmou.
O novo cangaço é um crime no qual organizações invadem uma cidade pequena para fazer um roubo grande, como de um banco. Um projeto para tipificá-lo foi aprovado na Câmara e será encaminhado ao Senado.
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