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Bolsonaro registra candidatura a presidente e declara R$ 2,3 mi em bens

Do UOL, em Brasília e São Paulo

09/08/2022 23h09

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição ao Palácio do Planalto, declarou hoje à Justiça Eleitoral o valor total de R$ 2.317.554,73 em bens. Na eleição de 2018, quando foi eleito, eram R$ 2.286.779,48. Os novos dados ainda não constam no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No documento, ao qual o UOL teve acesso, Bolsonaro declara quatro casas —uma delas cujo valor corresponde a R$ 603 mil— e um apartamento localizado no sudoeste de Brasília, com valor estimado em R$ 204 mil. Há ainda uma moto Honda NC 750X de R$ 26,5 mil e mais de meio milhão em uma caderneta de poupança no Banco do Brasil.

Outros rivais de Bolsonaro ao pleito também fizeram a declaração de bens ao TSE: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou possuir patrimônio de R$ 7.423.725,78, enquanto Ciro Gomes (PDT) disse ter R$ 3.039.761,973. A candidata Simone Tebet (MDB) declarou R$ 2.323.735,38 em bens e Felipe D'Ávila, do Novo, R$ 24.619.627,66. Já Léo Péricles, do UP (Unidade Popular), declarou o valor de R$ 197. (Leia mais abaixo)

O Partido Liberal (PL) oficializou em julho a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição durante convenção da sigla realizada no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

No discurso, Bolsonaro fez diversos ataques ao ex-presidente Lula (PT), que lidera as pesquisas, e também ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na ocasião, ele também afirmou que reza o Pai Nosso e pediu ao público que "não experimente as dores do comunismo", regime político que nunca foi implantado no Brasil.

Nesta terça-feira (9), a reportagem do UOL mostrou que o programa de governo de Bolsonaro a ser oficializado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), quando a candidatura à reeleição for registrada, reforça valores conservadores e reedita propostas que já estavam no plano apresentado nas eleições de 2018.

O documento com 48 páginas foi organizado pelo candidato a vice na chapa do presidente, o general Walter Braga Netto. O marqueteiro oficial da campanha, Duda Lima, também foi um dos responsáveis pela formatação das propostas.

Segundo integrantes da campanha, o primeiro passo para a elaboração do texto foi identificar as promessas de 2018 e também as ações e "entregas" do governo entre 2019 e 2022.

Na essência, o governo reeleito de Bolsonaro continuará a implementar as mudanças e reformas estruturantes (que só não foram mais abrangentes devido à pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Federação da Rússia e a Ucrânia), com o objetivo de melhorar a eficiência dos gastos públicos. Dessa forma, revendo gastos, desvinculando, desobrigando e desindexando as despesas, aumentar a eficiência do uso do dinheiro público para atender as reais necessidades da população brasileira, garantindo a renda básica, a educação, a saúde e a segurança. Trecho do documento

Pesquisa Datafolha, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo em julho, mostrou que Lula tem 47% das intenções de votos no primeiro turno contra 29% de Bolsonaro. Ciro Gomes tem 8% e Simone Tebet, 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Lula declara R$ 7,4 milhões; Péricles, R$ 197

Líder nas pesquisas à Presidência da República, Lula informou ao TSE possuir R$ 7,42 milhões, enquanto o seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), relatou patrimônio de pouco mais de R$ 1 milhão.

Ambos haviam declarado valores maiores no último pleito. Lula, que foi impedido de concorrer devido à Lei da Ficha Limpa, registrou naquele ano um patrimônio de R$ 7,98 milhões (o que significa queda de 7% em relação a este ano). Já a declaração de Alckmin caiu 27% em relação a 2018, quando havia sido de R$ 1,37 milhão (veja a seguir quem já declarou os bens ao TSE).

Já Ciro Gomes, em sua quarta disputa presidencial e terceiro nas pesquisas eleitorais, declarou ter R$ 3,04 milhões em bens ao TSE, crescimento próximo de 40%, se atualizada a correção pelo IPCA, segundo apontou o jornal "Folha de S.Paulo".

A senadora Simone Tebet, que apareceu com 2% no último Datafolha e vem sendo apontada como a candidata da chamada "terceira via", declarou ser dona de sete apartamentos, duas casas e quatro terrenos, além de ter R$ 59 mil na conta corrente, o que totaliza R$ 2,3 milhões. Em 2014, quando participou de sua última eleição, ela havia declarado um patrimônio de R$ 1,57 milhão.

O cientista político Luiz Felipe D'Ávila, 58, registrou no início do mês seu pedido de candidatura à Presidência da República junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na ocasião, o candidato declarou o maior patrimônio entre os presidenciáveis: R$ 24,6 milhões.

Sofia Manzano, do PCB, registrou patrimônio de R$ 498 mil, Vera Lúcia, do PSTU, possui R$ 8,805 em bens, e Léo Péricles, do UP (Unidade Popular), declarou o valor de R$ 197,31.