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Malafaia critica carta com 950 mil assinaturas: 'Apoiadores de corruptos'

Pastor Silas Malafaia - Reprodução de vídeo
Pastor Silas Malafaia Imagem: Reprodução de vídeo

Do UOL, em São Paulo

11/08/2022 17h59Atualizada em 11/08/2022 17h59

O pastor Silas Malafaia reagiu à leitura da carta pela democracia hoje na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), na capital paulista, e na PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Malafaia chamou a iniciativa de "palhaçada" e disse que os signatários são "um bando de esquerdopatas" e "cínicos apoiadores de corruptos".

"Carta da democracia uma ova", disse Malafaia, em vídeo compartilhado nas redes sociais.

Na visão do pastor, as mais de 950 mil assinaturas reunidas visam "atingir o presidente Bolsonaro". Entre os nomes estão entidades jurídicas, empresários, políticos, artistas, ex-ministros, diretores de bancos, entidades sindicais, além de membros da sociedade civil.

Um bando de esquerdopatas que assinaram a carta, que apoiaram e apoiam os maiores corruptos do país. É apenas uma carta de um bando de cínicos, de apoiadores de corruptos, que querem que eles voltem. Não tem nada de carta de democracia
Pastor Silas Malafaia

Embora não citem diretamente presidente Jair Bolsonaro (PL), elas são vistas como uma resposta às declarações golpistas do mandatário contra o processo eleitoral no país, em especial contra as urnas eletrônicas.

No vídeo, Malafaia questiona "qual posição" de Bolsonaro divergiu do "viés democrático". O pastor também seguiu o tom do presidente e atacou o sistema eleitoral, chamando-o de "obsoleto".

"A verdadeira carta da democracia é a Constituição brasileira, que tem que ser defendida por todos nós, e ministros do SFT rasgam na maior cara de pau e ninguém fala nada", completa.

O povo brasileiro vai dar uma resposta a esses cínicos. Dia 7 de Setembro vocês vão ver a maior manifestação do povo brasileiro pela democracia
Silas Malafaia, em vídeo no Twitter

Bolsonaro ironiza: Importante é queda do diesel

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para dizer que o "ato muito importante" do dia foi a redução do preço do diesel anunciado pela Petrobras, ironizando a leitura da Carta pela Democracia.

"Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel", escreveu no Twitter.

Outros candidatos à presidência da República assinaram a carta. Entre eles Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D'Avila (Novo), José Maria Eymael (DC), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB).

Já Bolsonaro, além de não assinar, criticou o documento algumas vezes. Nesta semana, o presidente disse não ser necessário assinar uma "cartinha" para demonstrar ser favorável à democracia.

Leitura não fez referência direta a Bolsonaro

A "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" foi elaborada por um grupo de juristas e publicada em 26 de julho, oito dias após reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, na qual o chefe do Executivo repetiu acusações já desmentidas sobre processos de fraude nas eleições.

O documento faz referência à "Carta aos Brasileiros de 1977", escrita por um ex-professor da universidade durante a ditadura e considerada um marco na resistência ao regime militar.

Nos discursos feitos antes das leituras, os oradores tiveram a preocupação de não citar o nome do presidente. A carta foi lida em partes por Eunice de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Elisa Liberatore Bechara, professoras da Faculdade de Direito da USP, e pelo jurista Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do STM (Superior Tribunal Militar).

Apenas um discurso citou, indiretamente, o presidente. "Não é um bilhete ou uma cartinha, como alguém insinua. Respeitem esta carta!", disse Francisco Canindé Pegado do Nascimento, secretário-geral da UGT (União Geral de Trabalhadores).