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Madeleine: 'Bolsonarismo vai atiçar preconceitos, e Janja morde a isca'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/08/2022 14h48

A colunista do UOL Madeleine Lacsko falou hoje sobre a possível estratégia da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) de atacar Janja, esposa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em questões de religião para conquistar votos do eleitorado evangélico. A estratégia foi revelada por Mônica Bérgamo em sua coluna na Folha de S. Paulo e, para Madeleine, o bolsonarismo tentará jogar com os preconceitos ao seu lado durante a campanha eleitoral.

"Eles jogaram uma isca que a Janja pegou e a campanha do PT pegou. Agora eles vão para cima dela sim. Eles jogaram essa isca de falar de uma coisa que nem era candomblé e nem umbanda. Era Irmandade da Boa Morte, que é um sincretismo religioso entre o catolicismo e as religiões afro e já tem mais de 300 anos. O banho de pipoca foi um ritual de saúde que foi feito com Lula para limpar o que tiver de chaga de saúde no corpo e é sincretismo religioso com cristão", disse durante participação no UOL News.

"As pessoas acreditam que só tem espírito na Terra se for demônio e a maioria das pessoas no Brasil acredita nisso. Eles vão forçar a mão para cima e jogaram essa isca que a Janja pescou. (...) o bolsonarismo vai jogar com o preconceito, vai atiçar tudo o que puder de preconceito na sociedade porque ele ganha na confusão e vai fazer isso, infelizmente ele vai fazer isso", continuou.

Madeleine também afirmou que, por uma questão eleitoral, Janja acabou não se casando com Lula em sua própria religião. "Ela diz que respeita todas as religiões mas ela não defendeu a dela, eles não casaram na religião dela. Se fosse alguma coisa que eles realmente fizessem questão teriam casado. Por que não casou na religião então e não fala? Porque é uma questão eleitoral e o brasileiro é preconceituoso. Então ou se levanta a bandeira moral ou se ganha a eleição".