Sakamoto: Bolsonaro vai ao JN porque precisa atingir público fora das redes
Em participação no UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto repercutiu a ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Jornal Nacional, da TV Globo, que acontecerá hoje (22), a partir das 20h30. Na avaliação dele, o presidente topou ir à emissora, frequentemente atacada por ele, porque precisa chegar a uma parte da população que não é alcançável pelas redes sociais.
"Principalmente para passar o recado para os mais pobres, falando que fez o Auxílio Brasil", afirmou.
Para o colunista, os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos, que vão conduzir a sabatina com o mandatário e candidato à reeleição, não vão pegar leve.
Isso porque, argumentou Sakamoto, há muita coisa para perguntar sobre o negacionismo na pandemia de covid-19, as rachadinhas e o escândalo do MEC (Ministério da Educação), que levou a prisão do então ministro Milton Ribeiro, por exemplo.
"Há chances de que, caso seja encurralado, Bolsonaro mostre os dentes porque esse é o padrão dele. Mas ele não morde", falou.
Veja mais repercussão sobre a ida de Bolsonaro ao JN no UOL News:
Carla Araújo: É alta a chance de Bolsonaro repetir teorias conspiratórias no JN
Na avaliação da colunista Carla Araújo, a probabilidade de Bolsonaro repetir teorias da conspiração sobre determinados temas é altíssima.
"Ele cria narrativas e insiste nelas, mesmo sabendo que não são verdadeiras", disse ela.
Durante o UOL News, a jornalista falou ainda que Bolsonaro tentará destacar a área econômica do seu governo e diminuir sua rejeição no eleitorado feminino.
Bolsonaro no Jornal Nacional em 2018 vendeu imagem 'sincerão e antissistema', diz Sakamoto
Em 2018, quando era candidato ao Palácio do Planalto, Bolsonaro chegou a ir ao Jornal Nacional e foi entrevistado por Bonner e Renata.
"[Naquela época] ele foi para se exaltar. Ele queria vender sua própria imagem como alguém antissistema, diferente de tudo, um político autêntico, que fala o que pensa, sincerão. Ele vendeu na bancada do jornal essa imagem", relembrou Sakamoto.
Porém, agora, avaliou o colunista, muita coisa mudou.
"Aquele cansaço estrutural de boa parte dos eleitores com a política tradicional, claro que não foi embora, mas eles viram que o resultado daquele pessoal antipolítica não rendeu bons governos."
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