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Bolsonaro recusou treinamento para o JN, mas deve evitar ataques às urnas
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) recusou treinamento profissional para a sua participação do Jornal Nacional na noite de hoje (22). Mas, segundo integrantes da campanha à reeleição, desde a semana passada há o esforço para que ele abandone o discurso de ataque às urnas eletrônicas.
A avaliação de aliados é que Bolsonaro deve evitar "esse rumo" de continuar contestando a Justiça Eleitoral e que suas declarações no fim de semana —de que respeitará o resultado das urnas-- já mostram um pouco o efeito desses conselhos.
Durante a semana, ministros e aliados políticos defenderam essa postura inclusive por conta da posse do novo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. A ideia de integrantes do governo é tentar arrefecer a crise com o ministro, que presidirá o TSE durante as eleições.
'Espontaneidade e pipoca'
No domingo, Bolsonaro fez uma reunião com o filho e vereador, Carlos Bolsonaro, que cuida das redes sociais do presidente. No encontro, que teve a participação de Fabio Wanjgarten, o objetivo era discutir a participação de Bolsonaro no JN e a reação para depois da entrevista.
O fato de Bolsonaro ter recusado treinamentos, segundo fontes da campanha, é que o presidente defende que ele é espontâneo e que mudar poderia ser uma armadilha ainda maior. Há o temor, por exemplo, que Bolsonaro perca a paciência com os apresentadores da TV Globo, o que também tem sido desaconselhado.
Apesar disso, integrantes da campanha dizem que ele está preparado, que sabe o que falar e estará municiado de informações sobre o que eles chamam de feitos do governo. A ideia é que Bolsonaro também bata na tecla da economia, com destaque para o aumento do Auxílio Brasil.
Na reunião de ontem no Alvorada, Bolsonaro também foi avisado de que há a expectativa de que os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos sejam rígidos, que estejam apenas os três no estúdio e que eles devem "apertar o presidente". "Mas ele está preparado para reagir", disse uma fonte.
Fontes da campanha dizem não saber se Bolsonaro levará alguma "surpresa" para o Jornal Nacional, como fez em 2018, quando mostrou um livro que supostamente faria parte do "kit gay", violando as regras da entrevista.
Apesar disso, aliados são praticamente unânimes em avaliar que Bolsonaro é "imprevisível e espontâneo". Como postou o ministro das Comunicações, Fabio Faria, nas redes sociais, o entorno do presidente já está "preparando a pipoca" para assistir à entrevista imperdível do dia.
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