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Dilma apoia Kirchner após MP pedir prisão: 'Vítima de perseguição politica'

A então presidente Dilma Rousseff condecora Cristina Kirchner, com o grão colar da ordem do Cruzeiro do Sul no Palácio do Itamaraty - Pedro Ladeira/Folhapress
A então presidente Dilma Rousseff condecora Cristina Kirchner, com o grão colar da ordem do Cruzeiro do Sul no Palácio do Itamaraty Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colaboração para o UOL

23/08/2022 10h43Atualizada em 23/08/2022 11h02

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) prestou "incondicional solidariedade" à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusada de corrupção pelo Ministério Público argentino. A petista ainda escreveu nas redes sociais que a presidente do Senado argentino é vítima de "perseguição política".

"Manifesto minha mais incondicional solidariedade à vice-presidenta da Argentina e presidenta do Senado deste país irmão, Cristina Kirchner. Cristina Kirchner é vítima de mais um ato brutal de lawfare [perseguição pela Justiça] e de perseguição política", escreveu Dilma.

A petista ainda diz que Kirchner é alvo da extrema direita e diz confiar que a Suprema Corte argentina não acolherá o que chamou de "abuso judicial". "Receba meu apoio e meu carinho, companheira Cristina Kirchner. O povo argentino e o povo latino americano estarão ao seu lado e confio que a corte suprema do seu país não acolherá caso tão escandaloso de abuso judicial."

A ex-presidente da Argentina e Dilma Rousseff têm um histórico de proximidade e troca de apoios. Em 2016, quando a petista sofreu processo de impeachment, Kirchner disse que a ex-presidente brasileira havia sido alvo de um "golpe da direita".

Prisão de Cristina Kirchner

O Ministério Público da Argentina pediu ontem a prisão da vice-presidente do país, Cristina Kirchner, por suposta corrupção quando foi presidente (2007-2015), uma punição que, se confirmada, pode retirar seus direitos políticos. O pedido é assinado pelos promotores Diego Luciani e Sergio Mola.

Ao todo, a promotoria pede a condenação de Cristina a 12 anos de prisão e também que ela seja impedida "permanentemente" de exercer cargos públicos, além do confisco de $ 5,3 milhões de pesos argentinos (ou cerca de R$ 200 mil, no câmbio atual), segundo informou o jornal "La Nación".

"Senhores, juízes, esta é a hora. É corrupção ou justiça", concluiu Luciani.

O caso de Kirchner, que tem imunidade política por conta dos cargos de vice-presidente e presidente do Senado, está em julgamento desde 2019. Ela e outras doze pessoas são julgadas em um caso no qual Cristina é acusada de ter orientado a atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político, para favorecer o empresário Lázaro Báez.