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Ação contra Franklin Martins que citava Maduro é arquivada pela Justiça

O jornalista e ex-ministro de Lula, Franklin Martins - Bruno Poletti -15.set.2016/Folhapress
O jornalista e ex-ministro de Lula, Franklin Martins Imagem: Bruno Poletti -15.set.2016/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

30/09/2022 15h15Atualizada em 30/09/2022 15h15

A Justiça arquivou o processo aberto contra o jornalista Franklin Martins, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no segundo governo Lula, após a delação premiada do marqueteiro João Santana e sua esposa, Mônica Moura. À época, em depoimento, Mônica disse que recebeu recursos em caixa dois diretamente das mãos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O processo também citava a esposa de Franklin, Mônica Monteiro.

A esposa de João Santana disse na ocasião que os pagamentos tinham relação com campanhas eleitorais. Ainda segundo Mônica, Franklin Martins teria sido contratado "juntamente com sua equipe, para elaboração da parte de internet da campanha, pelo partido venezuelano". Além disso, a esposa de João Santana disse que parte do montante recebido "era repassado para Mônica Monteiro (mulher do Franklin Martins), pois eles eram os responsáveis pela parte de internet da campanha".

Segundo Mônica Moura, parte do valor teria sido pago "em espécie, entregue em Caracas" diretamente à ela, por Maduro. Ainda segundo o depoimento, ele a teria recebido no gabinete, teria entregue pastas e garantiria escolta para ela.

Na decisão, o juiz acatou a avaliação da Policia Federal e do MPF (Ministério Publico Federal), que disseram não ter encontrado qualquer evidência que confirmasse as acusações contra Franklin Martins e Mônica Monteiro, e pediram o arquivamento do processo.

Segundo o documento, o relatório "concluiu que o acervo probatório não permite deduzir a ocorrência de qualquer crime em território brasileiro, motivo pelo qual foi requerido o arquivamento das investigações". O juiz Ricardo Augusto Soares Leita explica que além de não haver "provas quanto à autoria e a materialidade" também inexiste "qualquer linha investigativa idônea".

"Além disso, o relatório policial informou que os 'colaboradores também não foram exitosos em provar que receberam dinheiro vivo de Nicolás Maduro ou depósitos das construtoras já mencionadas para pagamento dos honorários das empresas, colaboradores e de Franklin Martins'", finaliza.

"Foram mais de cinco anos em que ficamos expostos a essa situação absurda. A justiça tarda, mas não falha", disse Franklin Martins após a decisão.