Topo

Esse conteúdo é antigo

PM de SP usa bombas de gás e jatos d'água para desbloquear Castello Branco

Do UOL, em São Paulo

02/11/2022 11h56Atualizada em 02/11/2022 13h03

A tropa de choque da PM (Polícia Militar) de São Paulo usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e jatos de d'água para dispersar um grupo de manifestantes que bloqueava a rodovia Castello Branco na altura do quilômetro 26, próximo à cidade de Barueri.

A operação começou no final da manhã de hoje nos dois sentidos da via, com um batalhão de policiais fazendo um cordão de bloqueio e o uso de caminhões que faziam o lançamento de água nos manifestantes.

Algumas das pessoas que participam dos protestos tentaram resistir à atividade da polícia, alguns chutando as bombas de gás e outras se ajoelhando com os braços para cima.

Policiais continuam no local para evitar que os manifestantes voltem a bloquear a rodovia e orientam os motoristas que passam pelas faixas que já estão liberadas.

Em nota ao UOL a SSP (Secretária de Segurança Pública) afirma que "a Polícia Militar continua trabalhando de forma dinâmica e simultânea nos diversos focos de manifestação com o objetivo de desobstruir a via." Ainda de acordo com o texto, "as forças policiais do Estado atuam desde o início das manifestações focada primordialmente no estabelecimento do diálogo como modo de promover a desinterdição das vias".

O balanço da SSP informa que, na segunda-feira (31), 13 pontos foram liberados, ontem (01) foram 64 e, até às 6 h de hoje, 147 vias foram desobstruídas. Também foram aplicadas 183 multas aos condutores que desrespeitaram a determinação de liberação das vias.

Desde a noite do último domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) contrários ao resultado das eleições que apontou vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram às ruas para bloquear estradas por todo o país.

Caminhões da polícia lançaram jatos d'água para dispersar manifestantes na Castello Branco - Reprodução/CNN Brasil - Reprodução/CNN Brasil
Caminhões da polícia lançaram jatos d'água para dispersar manifestantes na Castello Branco
Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Em um pronunciamento feito ontem, 44 horas após a oficialização de sua derrota, Bolsonaro chamou os protestos que não aceitam o resultado das urnas de "movimentos populares".

Os atos seriam, de acordo com ele, "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral". No entanto, ele criticou atos que cerceiam o direito de ir e vir.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, com invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir."

Alguns manifestantes, porém, ignoraram o discurso do presidente e disseram que o importante é "a vontade do povo"

Moraes liberou PM para prender manifestantes. Em um despacho na manhã de ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou a PM (Polícia Militar) dos estados a desbloquear vias federais, estaduais e municipais que estejam com trânsito interrompido e disse que os responsáveis pelos bloqueios podem ser multados e presos em flagrante pela corporação.

"Polícias militares dos estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis dos Poderes Executivos Estaduais", escreveu o ministro.

Na decisão, Moraes afirmou ainda que os policiais também podem identificar eventuais caminhões que estejam participando dos bloqueios e enviar essas informações a juízo para que haja aplicação de multa horária de R$ 100 mil.