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Posto em SC faz promoção de bandeiras do Brasil em meio a bloqueios

Vendidas por R$ 19,90, as bandeiras saem por R$ 9,90 para quem consumir R$ 50 em posto catarinense - Herculano Barreto Filho/UOL
Vendidas por R$ 19,90, as bandeiras saem por R$ 9,90 para quem consumir R$ 50 em posto catarinense Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Do UOL, em Balneário Piçarras (SC)

02/11/2022 11h04Atualizada em 02/11/2022 11h18

Um posto de conveniência em Balneário Piçarras (SC) às margens da BR-101 faz promoção para vender bandeiras do Brasil em meio aos bloqueios feitos por caminhoneiros bolsonaristas nas rodovias de todo o país após o segundo turno das eleições.

Em frente ao balcão, está estendida uma das peças. Vendidas por R$ 19,90, as bandeiras saem por R$ 9,90 para quem consumir R$ 50. O estabelecimento fica próximo a um bloqueio, onde manifestantes exibem uma faixa golpista pedindo por intervenção militar e ataques ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Questionados, funcionários negam relação entre a oferta e as paralisações. Segundo eles, a promoção foi motivada pela Copa do Mundo do Qatar, que começa a partir do dia 20 deste mês.

Copa em SC - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Segundo funcionários, promoção de bandeiras foi motivada pela Copa do Mundo do Qatar
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

O UOL Notícias acompanha os bloqueios de dentro de um ônibus interestadual em uma viagem de São Paulo ao interior de Santa Catarina desde a noite de segunda-feira (31). A reportagem detalhou como foi a negociação com os próprios manifestantes para que o veículo pudesse seguir viagem após parar em um bloqueio em Embu das Artes (SP). Já são quase 40 horas de estrada.

Mais cedo, a reportagem passou por um bloqueio próximo a Joinville. Um manifestante com o rosto coberto por uma bandeira do Brasil avisou ao motorista para que não "mandassem mais ônibus" para a rodovia, porque os bloqueios irão se intensificar nas próximas horas.

Ele estava ao lado de outro homem enrolado em uma bandeira do país, que agia como se fosse fiscal de trânsito, orientando a circulação de veículos em uma pista de acesso, enquanto os carros no sentido contrário aguardavam.

Faixas em alusão a Bolsonaro e "Lula ladrão." Em uma ponte que cruzava a rodovia, havia uma bandeira do Brasil e faixas. Em uma delas, se lia: "Deus, pátria, família e liberdade", lemas constantemente repetidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais.

No meio da pista, havia outra faixa, onde estava escrito: "Lula ladrão."

Mensagem golpista em tenda. Em uma tenda ao lado, havia voluntários, que distribuíam alimentos para os ocupantes dos veículos por ali. O local era decorado com uma mensagem de teor golpista em uma faixa, onde se lia: "resistência civil, intervenção federal."

Havia ainda um veículo capotado na BR-101 bloqueada para caminhões e muito entulho na pista.

"É Bolsonaro, né?" Ao se aproximarem do condutor do ônibus interestadual, onde estava a reportagem do UOL Notícias para entregar um café, os manifestantes questionaram: "É Bolsonaro, né?"