PF abre mais de 20 investigações sobre bloqueios bolsonaristas em estradas
A Polícia Federal abriu mais de 20 procedimentos investigatórios sobre as os bloqueios em rodovias feitos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para contestar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O UOL apurou que esses procedimentos foram abertos a partir de segunda-feira (31) e incluem inquéritos, termos circunstanciados de ocorrências e queixas-crimes em todo o país.
Essas investigações, preliminares ou já encaminhadas, são avaliadas nas unidades regionais da PF. Os agentes e delegados apuram a organização e o financiamento dos bloqueios e interdições parciais, mas também eventual destruição de patrimônio.
MPF pediu investigação. Na quarta-feira (2), o Ministério Público Federal pediu que a PF abrisse um inquérito para apurar a "participação por omissão" do diretor geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, nos "crimes praticados pelos invasores das rodovias".
Esses crimes em estradas são "tentar abolir o Estado Democrático" e "tentar depor governo legitimamente constituído", todos previstos no Código Penal.
Militantes pediam golpe. Nos protestos realizados em rodovias entre domingo (30) e esta quinta-feira (3), os manifestantes pediam um golpe de Estado para que Lula não tomasse posse, seja por intervenção das Forças Armadas ou por convocação de novas eleições.
Crianças foram usadas como "escudo humano", houve saudação semelhante à usada pelo nazismo, além de 17 pessoas feridas num atropelamento.
Na terça-feira (1°), a reportagem do UOL presenciou a articulação de líderes nas rodovias para ir aos quarteis no feriado de Finados. No evento em Brasília, os bolsonaristas pediram que o Exército saísse do quartel e os protegesse do "comunismo".
Os bloqueios também criaram problemas econômicos à população, que sofreu com alta de preços e desabastecimento.
Possíveis crimes. A avaliação de investigadores ouvidos pela reportagem nos últimos dias é que pode ter havido crimes no financiamento e organização desses atos.
Houve mobilização externa por grupos em aplicativos e redes sociais. Empresários forneceram estrutura, como tendas e comida, para alongar a duração dos atos. Tudo isso chamou a atenção de procuradores e policiais.
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