Ex-STF, Ayres Britto diz ver 'quase que estupefato' atos antidemocráticos
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto afirmou ontem, em entrevista à CNN Brasil, que vê "quase que estupefato" a realização de atos antidemocráticos que pedem intervenção militar e não aceitam o resultado das eleições presidenciais, que deu a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Vejo quase que estupefato, sem entender o porquê dessa reação violenta. Porque em uma democracia prevalece eleitoralmente a vontade da maioria do eleitorado. E a maioria do eleitorado escolheu um candidato, o ex-presidente Lula", afirmou o ministro. Antes do primeiro turno, ele declarou que votaria no candidato do PT.
Ayres Britto também criticou quem aponta suspeitas de fraudes no sistema eleitoral brasileiro e disse que as urnas eletrônicas são um "gol de placa".
"A urna eletrônica é gol de placa, é show de bola, vacinada contra qualquer tipo de fraude. Isso já foi proclamado até pelo TCU, que fez auditoria. Quem se abaliza a fazer uma auditoria séria conclui que a urna eletrônica é a honra e glória do Brasil", disse.
Desde 30 de outubro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro afirmam que não aceitam o resultado das eleições. A rejeição rendeu a realização de manifestações e bloqueios em estradas por todo o país, além de atos em frente a quartéis do Exército com pedidos de golpe.
Não sei por que essa reação contra o resultado democrático dessa eleição. Nós vivemos em uma democracia. A Justiça Eleitoral presidiu a eleição como sempre fez, com descortino, com competência, com equidistância e com eficiência.
Ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto, em entrevista à CNN Brasil
Sem uma liderança identificada, os bloqueios ganharam corpo enquanto Bolsonaro se mantinha em silêncio sobre o desfecho das eleições. Só no dia 1º de novembro à tarde, mais de 44 horas após a divulgação do resultado das urnas, o presidente se manifestou. Ele disse que "manifestações pacíficas são bem-vindas", mas defendeu que o direito de ir e vir da população fosse preservado.
No dia seguinte, Bolsonaro voltou a falar sobre o assunto e publicou vídeo nas redes sociais pedindo que apoiadores e manifestantes liberassem rodovias. No pronunciamento, o presidente tratou os manifestantes como "brasileiros que estão protestando pelo Brasil".
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