O colunista do UOL Josias de Souza falou sobre a campanha que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) criou para dissociar a camisa da Seleção Brasileira da política. Ele afirmou que a Copa do Mundo é uma "oportunidade única" para que a bandeira do Brasil seja dissociada do movimento bolsonarista.
"É preciso que o brasileiro encampe esse movimento. A seleção de futebol é um dos símbolos da pátria, assim como as cores nacionais. Não é razoável que isso seja apropriado por uma facção política. O bolsonarismo se tornou uma facção no pior sentido", opinou Josias no UOL News desta terça-feira (8).
O colunista também lembrou que esse fenômeno é semelhante ao que aconteceu no regime militar, principalmente com o ditador Emílio Garrastazu Médici. Josias disse que havia um sentimento de culpa entre quem torcia para Seleção.
"Quando se apropria da bandeira, Bolsonaro reproduz um fenômeno que ocorria na ditadura. O brasileiro não podia torcer em paz para a seleção brasileira. Todos sabiam que, se o Brasil vencesse a Copa do Mundo, o general ia se enrolar na bandeira e associar o regime de farda ao sucesso nos gramados", lembrou Josias.
Josias: Bolsonaristas recebem 'novas regras' para dissociar Bolsonaro de atos antidemocráticos
Josias também falou sobre "novas regras" que foram divulgadas para os protestos de bolsonaristas. "O sentido geral das orientações é dissociar o Bolsonaro desses atos que questionam a vitória do Lula. É tratar como algo surgido espontaneamente".
Segundo o colunista, isso só reforça que é preciso investigar se esse movimento está ligado ao presidente. "Bolsonaro já declarou que a insatisfação é justificável. Os filhos do Bolsonaro insuflam esse movimento nas redes sociais", lembrou Josias.
Flávio Dino em equipe de transição de governo: Lula me quer para remover entulho bolsonarista
O senador eleito Flávio Dino (PSB) vai participar da equipe de transição de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, liderada por Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a área de Justiça e Segurança Pública. Ele afirmou que a intenção é participar e remover o que chamou de "entulho bolsonarista".
"O Alckmin me informou do desejo de Lula de que eu ajude a coordenar as áreas de Justiça e Segurança Pública, áreas em que tenho dedicação profissional. Vou contribuir durante a transição para que o entulho bolsonarista possa ser removido rapidamente", declarou Dino no UOL News desta terça-feira (8).
Na sequência o ex-governador explicou o que classificou como "entulho".
"O entulho que me refiro é a legislação belicista e a ideologização das polícias, que acabaram resultando em tragédias. Tivemos agora ataques mostrando que chegou a hora da lei se impor. É uma tarefa do governo trazer a polícia para o território da legalidade. Isso envolve uma série de medidas administrativas", explicou o senador eleito.
Segundo Dino, essas medidas envolvem revogações de leis, recadastramentos de portes de armas e também medidas pedagógicas para estimular o desarmamento.
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